COLISÃO NA TAMARINEIRA

'Mostra sinais de que provavelmente pode ser dependente químico', diz psiquiatra sobre réu

A acusação afirmou que a defesa e o perito estavam com a tentativa de direcionar o julgamento

João Victor fica em pé e levanta braços a pedido da defesaJoão Victor fica em pé e levanta braços a pedido da defesa - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Durante o segundo dia de julgamento de João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, nesta quarta-feira (16), a promotoria e advogados de defesa se exaltaram enquanto ouviam o primeiro depoimento do dia, proferido pelo médico psiquiatra Antônio José Eça.

A discussão se deu porque a defesa buscava atribuir a hipótese de que João Victor seria dependente químico e doente mental. A acusação afirmou que a defesa e o perito estavam com a tentativa de direcionar o julgamento.

A juíza Fernanda Moura, que preside o Tribunal do Júri, pediu atenção às partes para que fossem objetivas e não fizessem juízo de valor.

Durante o julgamento, a defesa pediu que João Victor ficasse de pé e esticasse os braços e as mãos, solicitando para o médico avaliar, a partir dessa postura, se estariam diante de uma pessoa com dependência química. "[João Victor] Mostra sinais de que provavelmente pode ser dependente químico", disse o psiquiatra, com base no fenótipo.

Um pouco antes, em seu depoimento, o psiquiatra havia falado que João Victor Leal não estava lúcido no momento da colisão que causou a morte de três pessoas e deixou gravamente feridas duas outras.

Acompanhe o julgamento ao vivo: 



João Victor é réu por triplo homicídio doloso duplamente qualificado e por dupla tentativa de homicídio.

Questionamento
Após ser ouvido pela defesa de João Victor, que levantou a hipótese de doença mental, o médico psiquiatra Antônio José Eça, que foi contratado pela defesa do réu, foi questionado pela acusação.

Ao iniciar as perguntas, a promotora Eliane Gaia, do Ministério Público de Pernambuco, questionou se o profissional já havia dado um laudo desfavorável ao ser contratado por uma parte para atuar em processo judicial. “O senhor já deu um laudo, um parecer, desfavorável para um advogado que lhe contatou?”, questionou a promotora.

“Já dei, no sentido de que eu pego o caso, estudo e digo que isso não é possível fazer”, respondeu o médico. 

A promotora continua: “Ah, não pode fazer. Mas não foi isso que eu perguntei, eu perguntei se o senhor já deu um laudo desfavorável a alguém que lhe contratou?”.

O psiquiatra repondeu novamente. “Eu digo: isso eu não posso fazer”.

E a promotora concluiu: “Ah, entendi”.

Relembre o caso:
Em 26 de novembro de 2017, o então universitário João Victor Ribeiro, que tinha 25 anos na época, conduzia, alcoolizado, um Ford Fusion em alta velocidade e avançou o sinal vermelho no cruzamento da Rua Cônego Barata com a Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro da Tamarineira, atingindo um Toyota RAV4, onde estavam cinco pessoas.

A batida provocou a morte da funcionária pública Maria Emília Guimarães, de 39 anos; do filho dela, Miguel Neto, de 3 anos; e da babá Roseane Maria de Brito Souza, de 23 anos, que estava grávida.

O marido de Maria Emília, o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, que estava ao volante do Toyota, e a filha Marcela Guimarães, na época com 5 anos, ficaram gravemente feridos, mas sobreviveram. 

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