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FAIXA DE GAZA

Após mortes de palestinos, ministro de Israel diz que ação foi "excelente" e defende fim de ajuda

Itamar Ben-Gvir diz que é 'loucura' manter os envios de itens básicos para o território palestino

Palestinos ao lado de corpos de conterrâneos mortos ao correrem em direção a caminhões de ajuda humanitária na Cidade de GazaPalestinos ao lado de corpos de conterrâneos mortos ao correrem em direção a caminhões de ajuda humanitária na Cidade de Gaza - Foto: AFP

Horas depois da morte de dezenas de pessoas durante a caótica entrega de ajuda humanitária nos arredores da Cidade de Gaza, um dos mais radicais integrantes do Gabinete de Benjamin Netanyahu louvou a atitude dos militares, e chamou de "loucura" a manutenção dos envios de itens básicos ao território. As autoridades palestinas acusam os soldados de dispararem deliberadamente contra a multidão, deixando 112 mortos e mais de 700 feridos, uma versão negada por Israel.

"Deve ser dado apoio total aos nossos heróicos combatentes que operam em Gaza, que agiram de forma excelente contra uma multidão de Gaza que tentou prejudicá-los”, escreveu Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional, no X, o antigo Twitter.

O ministro reiterou uma posição defendida por ele desde os ataques do grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro do ano passado, e que deixaram 1,2 mil mortos: a de que Israel deveria bloquear todos os envios de ajuda humanitária a Gaza até que o Hamas fosse derrotado e até que os mais de 200 reféns voltassem para casa.

“Hoje ficou provado que a transferência de ajuda humanitária para Gaza não é apenas uma loucura enquanto os nossos raptados estão detidos na Faixa em condições precárias, mas também põe em perigo os soldados das FDI (Forças de Defesa de Israel, como são chamadas localmente as Forças Armadas do país). Esta é outra razão clara pela qual devemos parar de transferir esta ajuda, que é na verdade uma ajuda para prejudicar os soldados das FDI e oxigénio para o Hamas”, escreveu Ben-Gvir.

Um dos mais radicais políticos de Israel, Itamar Ben-Gvir é conhecido por seu passado de ligação com o extremismo — ele integrou o hoje banido partido Kach, considerado terrorista pelos EUA até 2022 —, por sua defesa dos colonos na Cisjordânia e, mais recentemente, por apresentar planos para a reocupação israelense de Gaza.

— Gaza precisa ser preocupada. Ficar lá dentro e encorajar a emigração voluntária de seus residentes. Se vencermos a guerra, isso será praticamente conquistado — disse Ben-Gvir no dia 18 de janeiro, em entrevista ao Canal 13.

Depois frequentar por décadas as margens do meio político israelense, Ben-Gvir foi alçado ao primeiro plano por Netanyahu em 2022, quando o premier montou o Gabinete mais à direita da história de Israel, com a presença de extremistas como Ben-Gvir e como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que defende a expulsão dos palestinos de Gaza.

Além de suas visões para Gaza, Ben-Gvir está envolvido em outra polêmica relacionada aos muçulmanos em Israel: ele quer impor limites à entrada de árabes israelenses e vetar todos os palestinos moradores da Cisjordânia da Esplanada das Mesquitas, um dos locais mais sagrados para o islamismo, durante o mês sagrado do Ramadã. A medida, que tem um potencial considerado explosivo, deve ser rejeitada pelos demais membros do Gabinete de Guerra, como reportado pela imprensa de Israel. O Ramadã começa no dia 10 de março.

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