Venezuela

Após negociações com os EUA, 6 sindicalistas acusados de "traição à pátria" são soltos na Venezuela

Ação faz parte do acordo para que o empresário colombiano Alex Saab, 51, também saia da prisão americana

Ação faz parte das negociações de Caracas com o governo americano para que o empresário colombiano Alex SaabAção faz parte das negociações de Caracas com o governo americano para que o empresário colombiano Alex Saab - Foto: Reprodução

Um grupo de seis sindicalistas condenados por supostas conspirações e traição à pátria na Venezuela foi libertado nesta quarta-feira. A ação faz parte das negociações de Caracas com o governo americano para que o empresário colombiano Alex Saab, de 51 anos, também seja solto da prisão nos Estados Unidos.

Os detidos haviam sido condenados a 16 anos em agosto, após já terem passado um ano presos em Caracas. Trata-se dos líderes e ativistas Reynaldo Cortés, Alfonzo Meléndez, Alcides Bracho, Néstor Astudillo, Gabriel Blanco e Emilio Negrín, que foram presos em julho de 2022 durante protestos em diferentes regiões do país. Eles exigiam aumentos salariais e melhorias nas condições de trabalho no setor público.

Aliado de Maduro
Considerado próximo de Nicolás Maduro, Saab foi detido nos EUA em 2020 por suspeitas de lavagem de dinheiro. Ele também atuou como informante da agência antidrogas americana (DEA, na sigla em inglês), e forneceu informações sobre propinas pagas a funcionários de Caracas, segundo documentos judiciais que tiveram sigilo suspenso em 2022.

Saad negou ter sido informante da DEA. Em nota, o advogado colombiano David Rivkin afirmou que “o único propósito das reuniões” de seu cliente com as autoridades americanas “era confirmar que nem ele, nem as empresas associadas a ele tinham feito nada de errado”. A defesa ainda disse que “qualquer suposta interação (...) ocorreu com pleno conhecimento e apoio da República Bolivariana da Venezuela”.

Alex Saab chegou a Miami após sua extradição de Cabo Verde, onde foi detido em junho de 2020, a pedido dos Estados Unidos. Naquela época, o governo de Maduro havia concedido ao colombiano a nacionalidade venezuelana e um título de embaixador, e lutou sem sucesso para evitar que ele fosse transferido para os EUA. A ação foi classificada pela Venezuela como um “sequestro”.

Diálogo entre EUA e Venezuela
Nesta terça-feira, a Venezuela libertou dois ex-militares americanos que foram condenados, em 2020, a 20 anos de prisão pela participação em uma “tentativa de derrubar o governo de Maduro”. A decisão tem sido associada ao diálogo travado entre os governos, que inclui a melhora dos laços e o fim das sanções.

“A libertação dos cidadãos americanos Airan Berry e Luke Denman nos deixa feliz”, publicou no X (antigo Twitter) a Coalizão Por Direitos Humanos e Democracia, uma ONG responsável por denunciar abusos cometidos dentro da Venezuela. “Por sorte, eles estarão com suas famílias no Natal. Mais de 300 presos políticos venezuelanos estão na prisão e também merecem suas liberdades.”

Em outubro, a Casa Branca também amenizou as sanções à indústria de petróleo da Venezuela, embora tenha prometido voltar atrás caso Maduro não cumprisse sua promessa de abrir caminho para eleições livres e justas até 30 de novembro. O prazo terminou, e até agora o líder venezuelano falhou em reverter a proibição que impede sua principal oponente, María Corina Machado, de concorrer ao cargo.

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