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PATRIMÔNIO

Após polêmica, projeto de restaurante em formato de Zeppelin no Marco Zero é suspenso

Projeto será levado à discussão pública antes de ser tirado do papel

Projeto do espaço cultural e restaurante em formato de zeppelin em prédios tombados no RecifeProjeto do espaço cultural e restaurante em formato de zeppelin em prédios tombados no Recife - Foto: Iphan / Reprodução

Alvo de polêmica desde que veio à tona, o projeto de restaurante em formato de Zeppelin no Marco Zero do Recife foi suspenso. Por meio de nota, o REC Cultural afirmou que a intervenção "ficará para depois" e será realizada a partir de uma consulta pública que deve ser lançada nos próximos meses [leia a íntegra da nota no final do texto]

Para esta sexta-feira (15), está marcada uma audiência pública para debater a intervenção de ocupação da cobertura dos imóveis localizados nos números 23 da avenida Rio Branco e 58 da Marquês de Olinda. 

A ocupação dos espaços havia sido autorizada pelo superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Pernambuco, Jacques Ribemboim.

"Como todo o processo de licenciamento perante os órgãos competentes foi levado adiante em bloco, o REC Cultural dará entrada na Licença de Instalação de todo o projeto aprovado nos próximos dias", acrescenta a nota, completando que segue firme no "propósito de instalar o Centro Cultural, restaurar nossos imóveis no Marco Zero e de entregar à sociedade o acesso a todo o acervo sob nossa propriedade". 

"Como todo processo de potencial alteração de paisagem, a ideia é que qualquer proposta que venha a ser levada adiante pelo REC Cultural seja fruto de um processo legítimo e democrático", cita outro trecho da nota enviada pelo projeto.

O projeto ainda afirma que em um "momento posterior" será feita "a discussão com a sociedade sobre a ocupação da cobertura dos imóveis".  

REC Cultural
O projeto REC Cultural pretende ser um centro de arte, cultura, educação e lazer, além de ter um restaurante no formato de Zeppelin, dirigível bastante utilizado no século XX.

Inicialmente, a proposta havia sido rejeitada por unanimidade pelo Iphan. Os técnicos do órgão alegaram a descaracterização dos prédios ao patrimônio histórico, a partir da implementação do restaurante em formato de Zeppelin na cobertura dos imóveis tombados.

Confira a nota na íntegra

NOTA SOBRE O PROJETO REC CULTURAL

O REC CULTURAL tem como pilares principais a valorização da arte e cultura pernambucanas e a transformação de jovens e crianças por meio da arte e da educação. O espaço irá abrigar exposições, aulas, cursos, oficinas, workshops e outras atividades, contando com uma infraestrutura que segue as exigências dos parâmetros internacionais.

Localizado em um endereço icônico e com perspectiva de se integrar plenamente à cidade, o REC CULTURAL pretende ser um marco no processo de transformação do Centro do Recife. Estarão presentes obras de mais de quarenta e cinco artistas com nomes como Ariano Suassuna, Cícero Dias, Francisco Brennand, Tereza Costa Rego, Abelardo da Hora, Lula Cardoso Ayres, Reynaldo Fonseca, João Câmara, José Cláudio, Bajado, Gil Vicente, Maria Carmen, Guita Charifker e Montez Magno. Um grande espaço de exaltação à arte pernambucana em pleno Marco Zero do Recife.

Os edifícios, adquiridos pelo grupo entre os anos de 2022 e 2023, estarão integrados internamente, mas terão preservadas as diversidades de suas fachadas. Como o imóvel de trás tem 4 metros de altura a mais que o imóvel à beira do Marco Zero, foi pensada a implantação de um restaurante em formato de Zepellin que se projetasse por cima do imóvel da frente, garantindo ao visitante uma vista livre da Praça Rio Branco (Marco Zero) e do Parque das Esculturas. Trata-se da oportunidade de entregar à cidade o acesso inédito a uma de suas paisagens mais representativas.

Entendemos que a paisagem é algo que compõe o imaginário coletivo, sendo muitas vezes parte da identidade de uma cidade e de um povo, como é o caso do Marco Zero para a sociedade recifense. Dessa forma, vamos deixar para momento posterior a discussão com a sociedade sobre a ocupação da cobertura dos imóveis. Como todo processo de potencial alteração de paisagem, a ideia é que qualquer proposta que venha a ser levada adiante pelo REC CULTURAL seja fruto de um processo legítimo e democrático.

Como todo o processo de licenciamento perante os órgãos competentes foi levado adiante em bloco, o REC CULTURAL dará entrada na Licença de Instalação de todo o projeto aprovado nos próximos dias. No entanto, deixamos o compromisso público, por meio desta Nota e em audiência pública a ser realizada no dia 15 de março de 2024, que qualquer intervenção relativa à ocupação da cobertura ficará para depois e somente será realizada a partir de um processo de consulta pública que o REC CULTURAL pretende realizar nos próximos meses.

Seguimos firmes no nosso propósito de instalar o Centro Cultural, restaurar nossos imóveis no Marco Zero e de entregar à sociedade o acesso a todo o acervo sob nossa propriedade.

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