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Caso Boghici

Após ser expulsa de casa, herdeira de Boghici trava batalha contra a mãe na Justiça

Sabine é acusada de aplicar um golpe contra a mãe com a ajuda de uma quadrilha de falsos videntes

Sabine Coll BoghiciSabine Coll Boghici - Foto: Reprodução / Redes Sociais

Embora seja herdeira e tenha direito a 25% dos bens deixados pelo pai, Jean Boghici, um dos colecionadores de arte mais importantes do país, Sabine Coll Boghici pediu gratuidade no processo que move contra a mãe e alega ter sido expulsa do apartamento da Avenida Atlântica onde vivia desde a juventude em abril de 2021.

De acordo com o processo, ela nunca exerceu um emprego formal, recebia alimentos de sua mãe, inventariante do espólio com imóveis de alto padrão, e ficou sem nada depois do episódio, nem mesmo objetos e bens pessoais, como vestuário, itens de higiene e recordações de família. Sabine é acusada de aplicar um golpe contra a mãe com a ajuda de uma quadrilha de falsos videntes.

O imóvel foi adquirido por herança de seu pai, falecido em 31 de maio de 2015, cujo inventário tramita na 7ª Vara de Órfãos e Sucessões. E, como coproprietária, residiu no imóvel com sua família por muitos anos e, após o falecimento de seu pai, continuou morando no local com sua mãe, "sendo a regra uma convivência amigável e sem registros de desentendimentos", até ser expulsa de lá.

Em depoimento à polícia, a mãe de Sabine disse ter ficado isolada de parentes e amigos e sem acesso ao telefone entre janeiro de 2020 até a data da troca de segredo da porta.

Como prova de que residia no imóvel, Sabine mostrou fotos de cartas pessoais endereçadas ao imóvel em Copacabana, guias de tributos em seu nome, fotos pessoais, inclusive com animais de estimação no interior do imóvel esbulhado, além de ter sido reconhecida como moradora por um porteiro que trabalha no prédio.

À Justiça, Sabine disse que foi surpreendida com a troca de fechaduras das portas externas do apartamento no dia 8 de abril de 2021. A partir daí, Sabine mostrou descontentamento quanto à administração do espólio do pai por sua mãe, a inventariante. No dia 14 de maio, Sabine voltou ao imóvel acompanhada de um Oficial de Cartório, que atestou que suas chaves não mais abriram as fechaduras das portas de entrada do apartamento.

Até o início de maio, ficou hospedada em hotéis "singelos" até conseguir abrigo na casa de uma amiga e, desde julho de 2021, está em um imóvel no Cachambi. Sem recursos da família, Sabine alega que não conseguiu alugar um imóvel para morar e que, desde março de 2021 também deixou de receber o dinheiro para alimentação e sem plano de saúde.

Numa ação que corre na 11ª Vara de Família, ela diz que "necessita manter sua própria subsistência via alimentos maternos, mesmo que temporários".

Segundo ela, "sua fonte de subsistência desde março de 2021 até o momento é a solidariedade de amigos de longa data, que têm contribuído com alimentos in natura e pequenas despesas de higiene para que seja mantido um nível mínimo de dignidade, afastada a condição de indigência".

Ela afirma, ainda, que seus gastos são "absolutamente modestos".

Uma fonte de renda extraordinária seria a venda de bens pessoais de pouco valor, como itens da sua coleção de brinquedos, que estava sob os cuidados de um amigo. Ainda que nunca tenha exercido um emprego formal, atuando apenas nos negócios da família, Sabine diz que a pandemia de Covid-19 agravou a situação, já que diminuiu os postos de trabalho disponíveis.

Diante esta situação, Sabine pede na Justiça o retorno ao apartamento da Avenida Atlântica para garantir sua dignidade.

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