Vida Plena

APP: entenda a doença e como é a reabilitação

Apesar de ser rara e não ter cura, Afasia Progressiva Primária dispõe de tratamentos que podem auxiliar na reabilitação de pacientes

APP é doença neurodegenerativa que atinge a parte frontotemporal do cérebroAPP é doença neurodegenerativa que atinge a parte frontotemporal do cérebro - Foto: Gerd Altmann /Pixabay

Conhecida também pela sigla APP, a Afasia Progressiva Primária é uma doença neurodegenerativa rara que atinge a parte frontotemporal do cérebro, acometendo áreas importantes como a linguagem. Geralmente ocorre em pessoas entre 45 a 65 anos, e sua condição pode estar relacionada a fatores como traumas, acidente vascular cerebral (AVC) e tumores. O assunto voltou à tona no início do mês após a morte da promoter de eventos carioca Alicinha Cavalcanti, que faleceu aos 58 anos em decorrência das complicações referentes à enfermidade. 

“É uma doença neurodegenerativa caracterizada por uma perda progressiva de linguagem – dificuldade para se comunicar como um todo. Ela se diferencia das outras doenças degenerativas porque no início dos sintomas outros achados estão ausentes, como comprometimento de outros domínios cognitivos, comportamentais ou motores”, destaca o neurologista Mário Melo.  

(PODCAST) Canal Saúde - Neurologista Mário Melo fala sobre afasia progressiva primária 

Folha de Pernambuco · 26.08.21 - Canal Saúde - Neurologista Mário Melo fala sobre afasia progressiva primária

Ao contrário do Alzheimer, que também é uma doença neurodegenerativa e tem como os sintomas iniciais a perda de memória, a APP tem como característica a dificuldade na comunicação, como ler e formular palavras, por exemplo. Com o avanço da doença, alguns sinais mais graves podem aparecer, como tremores, rigidez e dificuldade para se alimentar.  

''Os pacientes com APP são bastante independentes no início da doença. Diferentes grupos de pacientes vão evoluir com diferentes sintomas associados e isso se relaciona com questões genéticas, comorbidades e estratégias de reabilitação que estão sendo feitas pela equipe médica e multidisciplinar. O tempo de sobrevida vai depender da interação de todos esses fatores”, pontua Melo. 

Não existe uma causa específica para a doença, pois o seu desenvolvimento se dá de forma multifatorial, incluindo questões genéticas e fatores externos como tabagismo e doenças prévias - a exemplo de diabetes e hipertensão. Mesmo não tendo cura, existem tratamentos multidisciplinares que podem auxiliar na reabilitação desses pacientes.  

“A reabilitação desse paciente conta com uma equipe multidisciplinar envolvendo profissionais da fonoaudiologia, psicologia e fisioterapia. Como o principal acometimento é na linguagem, o fonoaudiólogo é imprescindível nesse processo. Nós podemos fornecer uma ampla variedade de intervenções objetivando a manutenção das funções linguísticas por mais tempo, minimizando os déficits e auxiliando na criação de estratégias facilitadoras. Não existe uma abordagem específica para pessoas com afasia progressiva primária. A intervenção é feita com base nas dificuldades de cada paciente”, afirma a fonoaudióloga e mestre em saúde da comunicação humana, Danielle Menezes.

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