Arábia Saudita condena personal trainer ativista pelos direitos das mulheres a 11 anos de prisão
Ela também foi processada por publicar vídeos em que aparece com roupas ocidentais
Uma ativista pelos direitos das mulheres, detida há mais de dois anos na Arábia Saudita, foi condenada a 11 anos de prisão em janeiro passado por acusações relacionadas a "terrorismo", denunciaram nesta terça-feira duas ONGs de defesa dos direitos humanos.
Manahel al Otaibi, de 29 anos, foi sentenciada em 9 de janeiro durante uma "sessão secreta", segundo a Anistia Internacional e a ALQST, ambas com sede em Londres.
A sentença foi divulgada semanas depois "na resposta oficial do governo saudita a um pedido de informações feito pelos relatores especiais das Nações Unidas sobre seu caso", afirmaram as ONGs em um comunicado conjunto.
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"As acusações contra ela referiam-se apenas à sua escolha de vestuário e à expressão de suas opiniões na internet, como o fato de ter pedido nas redes sociais o fim do sistema de tutela masculina na Arábia Saudita", indicou o texto.
Ela também foi processada "por publicar" vídeos em que aparece vestindo "roupas indecentes" e por ir a "lojas sem abaya", um longo vestido tradicional que cobre todo o corpo.
A resposta saudita à ONU, datada de 24 de janeiro e consultada nesta terça-feira pela AFP, indica que Otaibi "foi condenada por crimes de terrorismo não relacionados ao exercício de sua liberdade de opinião e expressão ou às suas publicações nas redes sociais".
O documento não especifica quais são os "crimes de terrorismo" mencionados.
Quando consultado pela AFP, o governo saudita inicialmente não se pronunciou sobre o caso.