Logo Folha de Pernambuco

Arcebispo

Arcebispo italiano se apresentará à justiça do Vaticano por acusações de cisão

O arcebispo descreveu o Concilio Vaticano II, acordo que modernizou a Igreja

O arcebispo descreveu o Concilio Vaticano II, acordo que modernizou a Igreja,O arcebispo descreveu o Concilio Vaticano II, acordo que modernizou a Igreja, - Foto: Tiziana Fabi/AFP

Um arcebispo italiano ultraconservador, ferrenho adversário do papa Francisco, anunciou, nesta quinta-feira (20), que se apresentará a justiça do Vaticano por acusações de cisão e repúdio ao Concílio Vaticano II.

O ex-embaixador da Santa Sé nos Estados Unidos, monsenhor Carlo Maria Vigano, de 83 anos, escreveu no X (antigo Twitter) que foi acusado do delito de cisão, depois de ter "negado a legitimidade do papa Francisco" e "rechaçado o Concílio Vaticano II".

Segundo um documento oficial da Igreja, o arcebispo foi convocado nesta quinta para ser notificado oficialmente destas acusações, no âmbito de um processo penal extrajudicial, um procedimento acelerado que reduz os trâmites burocráticos.

"Repudio, rejeito e condeno os escândalos, os erros e as heresias de Jorge Maria Bergoglio (o papa Francisco), cuja gestão do poder é absolutamente tirânica", afirmou Vigano em um comunicado. "Considero as acusações contra mim uma honra", escreveu no X.

O arcebispo descreveu o Concilio Vaticano II, acordo que modernizou a Igreja, como um "câncer ideológico, teológico, moral e litúrgico" e também qualificou a "Igreja Bergogliana", em referência ao sobrenome do Papa, como uma "metástase".

A AFP entrou em contato com o Vaticano, mas ainda não obteve retorno.

O arcebispo, que foi Núncio Apostólico (embaixador da Santa Sé) em Washington de 2011 a 2016, antes de se aposentar, é conhecido pelas críticas ao papa e por posicionamentos que vão contra sua autoridade.

Em agosto de 2018, Vigano ganhou certa notoriedade por pedir a demissão do papa, após acusá-lo de encobrir violências sexuais dentro da Igreja. O arcebispo acusou o pontífice de ter protegido o ex-cardeal americano Theodore McCarrick, que foi expulso do sacerdócio em 2019 por praticar violência contra um menor.

No mesmo ano, Vigano foi condenado por um tribunal italiano a pagar 1,8 milhão de euros (cerca de R$ 8 milhões, na cotação da época) a seu irmão, uma pessoa com deficiência, em um caso de espólio familiar.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter