Argentinos depositam US$ 2,3 bi em bancos e dão um sinal de confiança em Milei
Salto de quase 17% durante os primeiros três meses do governo, para um total de US$ 16,4 bilhões de depósitos em dólar, representa uma recuperação completa das perdas do ano passado
Os argentinos já depositaram mais de US$ 2,3 bilhões (R$11,4 bilhões) em contas bancárias locais denominadas em dólar desde que o presidente Javier Milei assumiu o cargo em 10 de dezembro, um sinal de otimismo em relação a seu governo.
O salto de quase 17% durante os primeiros três meses de Milei, para um total de US$ 16,4 bilhões de depósitos em dólar, representa uma recuperação completa das perdas do ano passado, segundo dados do banco central.
Os dólares que os argentinos mantêm no sistema financeiro, em vez de guardados em casa, são um indicador informal da percepção de risco político. Os cidadãos do país vizinho tendem a sacar dinheiro durante períodos de volatilidade e a aplicar o dinheiro no banco em tempos mais estáveis.
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Se a tendência continuar, seria uma boa notícia para o banco central da Argentina, porque uma parte dos depósitos em dólar conta para as reservas cambiais necessárias para estabilizar o peso.
A poupança em dólar dos argentinos tende a aumentar no final do ano por razões fiscais, o que também deu um impulso sazonal aos depósitos em dezembro.
De um ponto de vista mais amplo, ainda há muito o que recuperar da queda dos depósitos de um pico de US$ 32,5 bilhões desde que o antecessor de Milei, Alberto Fernández, venceu as eleições primárias em 2019.
Na época, o resultado surpreendente da votação gerou pânico sobre o retorno de um governo peronista e foi um prenúncio do fim do governo de Mauricio Macri, mais favorável aos mercados.
Na Argentina, as contas correntes são denominadas em peso, mas as contas-poupança podem ser denominadas em dólar.