NORDESTE

Articulação Semiárido Brasileiro comemora 20 anos da criação e reativação do Programa Cisternas

Evento acontece no Espaço Ciência, na segunda (13), com shows musicais, apresentação de poetas e feira agroecológica

Cisterna chegou a ajudar mais de 1,2 milhão de famílias do Nordeste e de Minas GeraisCisterna chegou a ajudar mais de 1,2 milhão de famílias do Nordeste e de Minas Gerais - Foto: Roberta Guimarães/ASA Brasil

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) reúne, nesta segunda-feira (13), mais de 3 mil pessoas entre agricultores, técnicos agrícolas e autoridades para celebrar os 20 anos da criação do Programa Cisternas, e da sua retomada após seis anos. O evento acontece no Espaço Ciência, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, das 14h às 18h, e com shows musicais, apresentação de poetas e feira agroecológica. A entrada é gratuita.

Durante o ato, representantes da Fundação Banco do Brasil, do BNDES e da Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC) - braço jurídico da ASA para a implementação de projetos - irão assinar dois termos de colaboração para a instalação de mais de 5 mil novos reservatórios.

O acordo, que conta com um investimento de R$ 40 milhões, simboliza o reinício da implantação dos equipamentos depois de seis anos de estrangulamento da política de universalização da água no país.

O evento tem presença confirmada do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias; da secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Ramos Coelho; da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra; da diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello; e do presidente da Fundação Banco do Brasil, Kleytton Guimarães Morais.

“Ao mesmo tempo que celebramos a inclusão do Programa Cisternas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o aniversário de 20 anos dessa política pública exitosa, o ato público quer também chamar a atenção para a necessidade de ampliação do orçamento em pelo menos R$ 500 milhões ao ano. Assim, conseguiremos atingir a universalização do acesso à água no Semiárido até o fim deste mandato do presidente Lula”, afirmou o coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), Antônio Barbosa.

Segundo o MDS, está prevista para os próximos 20 meses a construção de mais de 50 mil cisternas para consumo e produção de alientos, num investimento de R$ 400 milhões. Os reservatórios estão destinados a municípios do Semiárido nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais.

Criação do projeto
O Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais (Programa Cisternas) foi lançado em 2003. A iniciativa é inspirada no “Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido: Um Milhão de Cisternas”, criado pela ASA em 1999. O objetivo da medida é promover o acesso à água para o consumo humano e também garantir a famílias rurais de baixa renda a possibilidade de produção de alimentos saudáveis.

De baixo custo, a cisterna, que originalmente tem capacidade para 16 mil litros, já chegou a mais de 1,2 milhão de famílias do Nordeste e de Minas Gerais. Atualmente, de acordo com a ASA, "é referência mundial na democratização da água e no combate à desertificação".

Água de qualidade para consumo e produção
Chamado de “Cisterna de Primeira Água”, o reservatório é feito de placas de cimento pré-moldadas e construídas ao lado das casas por pessoas da própria comunidade capacitadas nos cursos de pedreiros/as oferecidos pela ASA.

A cisterna, de formato cilíndrico, fica semienterrada, com uma coberta para roteção externa. O seu funcionamento prevê a captação de água da chuva aproveitando o telhado da casa, que escoa a água através de calhas. Essa é uma tecnologia tida como simples, adaptada à região semiárida e de fácil replicação. 

Um protótipo do equipamento está instalado no Espaço Ciência, como marco do Programa Cisternas e da Conferência das Partes das Nações Unidades sobre o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (COP 3). Durante o ato público, será feita uma exposição sobre a tecnologia para que os presentes possam entender o seu funcionamento.

Outra modalidade de cisternas são as de “Segunda Água”, utilizadas na irrigação de quintais produtivos e na criação de animais. Esses equipamentos são conhecidos como “cisternas-calçadão” e têm a capacidade de armazenar 52 mil litros de água.

Essa tecnologia capta a água da chuva por meio de um calçadão de cimento de 200 metros quadrados construído sobre o solo. Com essa área, 300 mm de chuva são suficientes para encher a cisterna.

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