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As eleições europeias fortaleceram Von der Leyen, mas a tarefa ainda não está concluída

Eleições foram marcadas pelo forte avanço da extrema-direita.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, discursa após eleição do Parlamento Europeu Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, discursa após eleição do Parlamento Europeu  - Foto: John Thys/AFP

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A atual presidente da Comissão Europeia e candidata a um segundo mandato de cinco anos, a alemã Ursula von der Leyen, saiu mais forte das últimas eleições europeias, mas ainda está longe de poder reivindicar a vitória.

O bloco político que defende a sua candidatura, o do Partido Popular Europeu (PPE, direita), continua sendo a principal força na Eurocâmara em eleições marcadas pelo forte avanço da extrema direita.

Na noite de domingo, falando como candidata, Von der Leyen comemorou o resultado para o PPE e prometeu construir um “baluarte” contra os extremos tanto da direita como da esquerda.

No final das eleições nos 27 países do bloco, o nó central do poder no Parlamento Europeu se manteve: a coalizão do PPE, os sociais-democratas e os centristas liberais do Renew.

Este cenário parece abrir caminho a Von der Leyen por mais cinco anos à frente da Comissão, mas a sua candidatura ainda terá que ultrapassar vários obstáculos, especialmente em termos de apoio político aos líderes europeus.

A alemã passou nesta segunda-feira para Berlim, onde realizará negociações na sede do partido conservador CDU.

O futuro da Comissão será discutido a partir de quinta-feira à margem da cúpula do G7, embora vários interlocutores desse diálogo vivam realidades eleitas claramente diferentes.

A primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni, por exemplo, chegará ao G7 reforçado pela vitória clara do seu partido pós-fascista Irmãos da Itália.

Entretanto, o presidente de França, Emmanuel Macron, convocou eleições legislativas antecipadas devido à extensão da vitória do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional no seu país.

O chefe do Governo alemão, Olaf Scholz, saiu visivelmente enfraquecido das eleições europeias, nas quais o seu partido foi superado pela AfD, de extrema direita.

No dia 17 de junho, Von der Leyen tem na agenda um jantar informal com os chefes de Governo da UE, para definir o destino da sua candidatura.

- Guinada à extrema direita -
Já antes das eleições, Von der Leyen tinha aberto a porta a acordos pontuais com os legisladores que responderam a Meloni no Parlamento Europeu, uma declaração que deixou os outros blocos espantados.

Além disso, Macron convocou eleições legislativas antecipadas para 30 de junho e um segundo turno para 7 de julho.

Sendo assim, resta saber se Macron terá margem de manobra política para comprometer o seu apoio a um nome para presidir a Comissão antes dessas eleições.

Nesse cenário, Von der Leyen conseguiu obter cerca de 400 votos na Câmara, confortavelmente além dos 361 necessários. No entanto, o processo é mais complexo, porque antes disso quem aspira a presidir à Comissão Europeia precisa receber o sinal verde do Conselho Europeu.

Uma vez recebido o apoio do Conselho, o nome escolhido é colocado na votação no Parlamento Europeu. Essas votações são secretas, portanto deserções de última hora são comuns.

Mujtaba Rahman, analista do Centro Eurasia Group, observou que "há um risco real de que [Von der Leyen] não seja confirmado pelos eurodeputados, dadas as possíveis deserções da centro-direita, centro-esquerda e dos liberais".

Por esta razão, o principal líder do PPE, o alemão Manfred Weber, disse no domingo que o seu partido "oferece uma mão contínua aos sociais-democratas e liberais e espero um gesto de retorno".

Neste cenário, os votos dos eurodeputados que responderam a Meloni poderiam fazer a diferença entre a vitória e a derrota.

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