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ação policial

Operações policiais deixam ao menos 33 mortos no país em cinco dias

Governo de Luiz Inácio Lula da Silva criticou o resultado da operação

Polícia Militar de São Paulo Polícia Militar de São Paulo  - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Pelo menos 33 pessoas foram mortas em operações policiais nos últimos cinco dias nos estados de São Paulo e Bahia, de acordo com os últimos balanços divulgados pelas autoridades nesta terça-feira (1º).

Na Baixada Santista, uma operação contra o crime organizada resultou em pelo menos 14 mortos desde o fim de semana, após o assassinato de um policial da Rota dias antes, informou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

"Não ficamos felizes de fazer o confronto", mas "não vamos nos curvar ao crime", disse Freitas em uma coletiva de imprensa, onde confirmaram duas novas mortes nesta terça, elevando o total para 14.

Outras 19 pessoas morreram na Bahia em ações realizadas em três cidades diferentes - Itatim, Camaçari e a capital Salvador - desde sexta-feira, segundo a Polícia Militar do estado.

Em todos os casos, as autoridades afirmaram que os agentes estavam realizando operações contra o tráfico de drogas e o crime organizado e foram atacados primeiro pelos "suspeitos".

A Operação Escudo, que continuava nesta terça em São Paulo, foi iniciada após os tiros fatais contra o policial Patrick Bastos Reis, de 30 anos, durante uma patrulha em uma comunidade do município litorâneo do Guarujá, a cerca de 60 km da capital.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva criticou o resultado da operação, comandada pelo governo de Freitas, que foi ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Freitas defendeu a atuação policial e afirmou que "se houve excessos", serão investigados, em resposta às denúncias de moradores sobre torturas e outros abusos policiais.

Segundo as autoridades, 32 suspeitos foram detidos, incluindo o suposto autor dos disparos contra Reis, e foram apreendidas 11 armas de fogo e 20,3 quilos de drogas.

"A ação teve indícios claros de vingança (...) Até quando governantes vão legitimar a violência policial?", publicou a ONG Anistia Internacional no Twitter, agora chamado X.

- 17 mortes por dia em 2022 -
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse na segunda-feira que a "reação imediata" das forças de segurança na Operação Escudo não lhe pareceu, em princípio, "proporcional em relação ao crime que foi cometido".

Mas a onda de violência registrada nos últimos dias também veio da Bahia, um estado governado por Jerônimo Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Lá, uma operação policial lançada na última sexta resultou na morte de sete "suspeitos" na cidade de Camaçari, 50 km ao norte de Salvador.

Em uma região rural de Itatim, 200 km a oeste, oito pessoas dormiram no domingo em uma ação da polícia. E outros quatro "suspeitos" foram mortos durante outra operação em um bairro de Salvador.

Em 2022, o Brasil registrou 6.429 mortes nas mãos da polícia, o que equivale a 17 por dia e representa uma redução de 1,4% em relação ao ano anterior, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A Bahia foi o estado com o maior número de mortes por intervenção de agentes de segurança pública, com 1.464, mais de um quinto do total.

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