POLÍCIA

Homem condenado por matar e enterrar estudante Remís Carla em 2017, no Recife, é morto

Estudante de Pedagogia foi encontrada às vésperas do Natal, seis dias após ser vista pela última vez

Paulo César foi preso um dia após matar a namorada Remís CarlaPaulo César foi preso um dia após matar a namorada Remís Carla - Foto: Reprodução

O assassino Paulo César de Oliveira Silva, de 32 anos, que confessou ter matado e enterrado o corpo da namorada Remís Carla Costa, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, em dezembro de 2017, foi assassinado, na cidade de Vicência, na Mata Norte de Pernambuco, na terça-feira (2).

Segundo a Polícia Civil, o corpo de Paulo César, que havia sido preso em flagrante no dia em que o corpo de Remís foi achado, foi localizado em uma via pública da cidade com "ferimentos provocados por arma de fogo". A corporação investiga a motivação do homicídio dele.

O assassinato de Paulo César foi registrado na Delegacia de Vicência. A polícia ainda afirmou ter feito perícia no corpo do homem, transferido em seguida para o Instituto de Medicina Legal (IML). 

"Um inquérito policial foi instaurado para apurar todos os fatos e identificar a autoria", detalhou a Polícia Civil, por meio de nota. 

Paulo César matou Remís, que na época do crime tinha 24 anos, apertando o pescoço dela. Ele enterrou o corpo da namorada perto da casa onde morava, na Várzea. O assassinato causou grande comoção no Estado.

Corpo da jovem foi localizado a cerca de 400 metros da casa do homem (Foto: Polícia Civil de Pernambuco/Divulgação)

Condenado a 18 anos de prisão
Em novembro de 2021, o assassino, que havia confessado o crime, foi condenado a 18 anos e três meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na sentença proferida após júri popular, a juíza Fernanda Moura definiu como qualificadoras do crime "feminicídio, motivo fútil e com uso de recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima". 

A reportagem da Folha de Pernambuco entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para saber desde quando Paulo César estava em liberdade, uma vez que a pena impetrada a ele havia sido de 18 anos e três meses. 

A assessoria de comunicação do TJPE informou ter iniciado o processo de apuração para dar a resposta.

O crime
Remís Carla havia sido vista pela última vez em 17 de dezembro de 2017. Ela passou o fim de semana na casa do namorado, mas desapareceu.

Na época, parentes e amigos fizeram campanha atrás de pistas para localizar o paradeiro da jovem. Seis dias depois do desaparecimento, em 23 de dezembro, às vésperas do Natal, no entanto, um corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição nas proximidades da casa de Paulo César, na Várzea.

Uma perícia foi feita por peritos e confirmou que o corpo era, de fato, da jovem, que cursava Pedagogia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Durante as buscas, Paulo César afirmou não saber o paradeiro de Remís e terminou preso em flagrante após o corpo da jovem ser achado. 

O assassino ainda confessou ter usado maconha e cocaína antes do crime e que matou Remís com esganadura. Ele também disse que apertou o pescoço da jovem com a mão direita e a sufocou com a esquerda até ela parar de respirar. 

Paulo César chegou a enrolar o corpo da jovem em dois lençóis e o levou até o quintal de um vizinho, onde cavou um buraco e seguiu com o enterro. 

Um mês antes de ser morta, Remís foi à Delegacia da Mulher prestar queixa por injúria, ameaça, lesão corporal e danos. Paulo César havia quebrado o celular da namorada na véspera da denúncia. 

Uma medida de afastamento chegou a ser emitida pela Justiça na ocasião. Ela havia sido notificada em 6 de dezembro e os dois voltaram a se encontrar em 15 de dezembro.

"Frio e calculista"
Em coletiva de imprensa um dia após a prisão de Paulo César, o delegado Helder Tavares afirmou que o assassino era "frio e calculista"

"Um dia após o homicídio, ele depositou R$ 50 na conta de Remís e informou a atitude aos pais da estudante", comentou o delegado. Ele tentou enganar os pais da jovem. "Paulo queria que os pais da namorada acreditassem que ela estava sumida e que ele não sabia do paradeiro dela", acrescentou Tavares. 

Paulo César também compartilhou no próprio perfil no Facebook informações sobre o desaparecimento da namorada. Ele divulgou, em uma publicação, os números do telefone dos pais de Remís para que as pessoas repassassem informações sobre o paradeiro da universitária.

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