Assentamentos israelenses se multiplicaram na Cisjordânia após guerra em Gaza, diz ONG
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, o número de assentamentos e de novas rotas para os colonos tiveram um aumento "sem precedentes" na Cisjordânia ocupada, revela um estudo da ONG israelense Peace Now.
Segundo esta organização anticolonização, nove assentamentos ou "outposts" em inglês, apareceram na Cisjordânia desde o início da guerra entre Israel e Hamas, desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino em 7 de outubro.
A Cisjordânia, território ocupado desde 1967 pelo Exército israelense, viu um forte recrudescimento da violência desde o início da guerra em Gaza, mas também um aumento das atividades de alguns colonos voltadas a "marginalizar" os palestinos, segundo o estudo da Peace Now.
Cerca três milhões de palestinos vivem na Cisjordânia ocupada, onde também residem cerca de 490.000 israelenses em colônias julgadas ilegais pelo direito internacional, mas reconhecidas por Israel.
Leia também
• Israel esboça plano para pós-guerra em Gaza após três meses de conflito
• Três israelenses que estavam desaparecidos desde ataque do Hamas foram feitos de reféns em Gaza
• Blinken visitará cinco países árabes, Cisjordânia e Israel por conflito em Gaza
Além do número "recorde" de assentamentos em três meses, há "18 novas rotas pavimentadas ou autorizadas por colonos".
"Os três meses de guerra em Gaza são instrumentalizados pelos colonos com o objetivo de criar um estado de fato sobre o terreno e assim tomar o controle de áreas maiores na zona C", a porção de Cisjordânia sob controle cívico-militar israelense e onde se concentram os colonos, ressaltou a ONG.
Vários líderes do movimento a favor das colônias são atuais ministros no governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o que ajuda a criar "um ambiente político" favorável, diz o relatório da Peace Now.
Os atos violentos de colonos contra palestinos na Cisjordânia registraram um recorde em 2023, indicou esta semana a ONG israelense Yesh Din. A ONU, por sua vez, identificou 1.225 ataques de colonos a palestinos ao longo do ano.