Logo Folha de Pernambuco

Mundo

Associação condena espancamento de jornalistas na Bulgária

Violência aconteceu durante protestos, que já deixaram 80 pessoas feridas e 126 presas

Houve confronto quando manifestantes tentaram romper o cordão formado pela tropa de choqueHouve confronto quando manifestantes tentaram romper o cordão formado pela tropa de choque - Foto: NIKOLAY DOYCHINOV / AFP

A Associação de Jornalistas Europeus na Bulgária divulgou, nesta quinta (3), um manifesto contra a repressão policial que atingiu repórteres na quarta (2), durante a cobertura de protestos em Sófia, capital do país. O ato, o maior desde que começaram as manifestações, há 57 dias, deixou cerca de 80 feridos e 126 presos, segundo o governo.

Jornalistas fazem parte dos dois grupos, embora, segundo a associação, estivessem a trabalho, identificados e credenciados. Milhares de pessoas cercaram a Assembleia Nacional para pedir a renúncia do primeiro-ministro, Boiko Borisov, acusado de permitir o crescimento da corrupção no país.

Houve confronto quando manifestantes tentaram romper o cordão formado pela tropa de choque em volta do edifício e ao final da tarde, quando tentaram impedir a saída dos parlamentares. Os oposicionistas jogaram ovos, tomates, maçãs e pedras, entre outros objetos, e a polícia reagiu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.



Segundo a AJE, um jornalista foi algemado e espancado pela polícia à noite, quando as tensões entre os manifestantes e a polícia aumentaram. "O repórter usava uma máscara com a inscrição "imprensa" e mostrou à polícia sua credencial. Os oficiais ignoraram seus apelos de que não conseguia respirar e chutaram brutalmente sua cabeça", afirmou a entidade, em comunicado.

Um repórter-fotográfico da agência de notícias France Presse também foi espancado com golpes de cassetetes nas costas e teve seu equipamento danificado. O Ministério do Interior, responsável pela área de segurança, afirmou que a polícia foi atacada com cadeiras, pedras, garrafas, bancos, patinetes, bicicletas, placas de trânsito e bandeiras, e que os manifestantes também usaram spray de pimenta contra os agentes.

Segundo o ministério, 62 das 126 pessoas detidas tinham ficha policial. Jornalistas também têm sido alvo de espancamento e prisões na Belarus, onde manifestações pedem a renúncia do ditador Alexandr Lukachenko.
Mais de 70 já foram presos e vários denunciaram tortura durante a repressão do governo aos protestos, que ocorrem desde as eleições consideradas fraudadas, em 9 de agosto.

Nesta quinta, um apresentador de TV detido ontem foi condenado há 10 dias de prisão por "participar de evento não autorizado". Seu advogado não foi avisado sobre o processo, segundo jornalistas bielorrussos.

Outros sete jornalistas que cobriam manifestações na terça ficaram detidos, apesar de estarem também identificados e credenciados. Um deles foi processado por ter "incentivado os manifestantes e coordenado protestos", e ao menos dois estão detidos há dois dias.

Veja também

Milei torna pública ruptura com vice-presidente e diz que ela não participa do governo
ARGENTINA

Milei torna pública ruptura com vice-presidente e diz que ela não participa do governo

Bombardeio israelense em Beirute teve como alvo alto cargo do Hezbollah, diz fonte de segurança
Beirute

Bombardeio israelense em Beirute teve como alvo alto cargo do Hezbollah, diz fonte de segurança

Newsletter