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Associação de famílias de reféns exige investigação sobre vazamento de documentos em Israel

O grupo reúne parentes da maioria dos 97 reféns que ainda estão detidos pelo movimento islamista palestino na Faixa de Gaza

Israel Israel  - Foto: Fadel Itani/AFP

O Fórum de Famílias, a principal associação de familiares de reféns israelenses mantidos em Gaza, exigiu nesta segunda-feira (4) que o caso dos documentos vazados que envolve o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu seja esclarecido, pois pode ter prejudicado um acordo sobre a libertação dos sequestrados.

"As famílias exigem que todos os envolvidos nas suspeitas de sabotagem e crimes contra a segurança do Estado sejam investigados. Tais ações, em geral e em particular durante a guerra, colocam em perigo os reféns, comprometem suas chances de retorno e os expõem ao risco de serem assassinados por terroristas do Hamas", indicou o Fórum em um comunicado.

O grupo reúne parentes da maioria dos 97 reféns que ainda estão detidos pelo movimento islamista palestino na Faixa de Gaza, entre os quais 34 foram declarados mortos pelo Exército.

Um tribunal israelense anunciou no domingo que um ex-assessor de Netanyahu foi preso por ter vazado documentos militares confidenciais para a imprensa, o que poderia ter prejudicado um acordo para libertar os reféns.

Quatro pessoas, entre elas membros do aparato de segurança israelense e Eliezer Feldstein, ex-colaborador de Netanyahu, estão atualmente detidas, informou o tribunal de Rishon LeZion, que está investigando o caso.

A agência de segurança interna Shin Bet e o Exército israelense abriram uma investigação após a divulgação, em setembro, de artigos na imprensa estrangeira baseados em documentos vazados.

Um deles detalhava um suposto plano de Yahya Sinwar, o falecido líder do Hamas, de fugir de Gaza para o Egito junto com os reféns, utilizando o "corredor Filadélfia", uma zona tampão ao longo da fronteira.

Outro foi apresentado como um suposto documento da direção do Hamas que detalhava a estratégia de Sinwar para frustrar as negociações sobre a libertação dos reféns.

Os relatórios, em parte falsos, teriam "prejudicado a capacidade das agências de segurança de alcançar o objetivo de libertar os reféns", indicou o tribunal, que decretou a proibição de informar sobre grande parte da investigação.

Em uma carta ao procurador-geral de Israel, Netanyahu denunciou "o fluxo incessante de graves vazamentos e revelações de segredos de Estado" das "reuniões de segurança".

O primeiro-ministro pediu ao procurador e à Shin Bet que abrissem uma investigação sobre "vazamentos em geral, e vazamentos graves em particular", incluindo um anexo confidencial com vários exemplos.

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