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VENEZUELA

Associação exige garantias para jornalistas detidos na Venezuela

Após as eleições presidenciais de 28 de julho, dez jornalistas foram detidos

O presidente do Colégio Nacional de Jornalistas (CNP), Tideno Guia (C), fala durante uma entrevista coletiva sobre garantias para os jornalistas que foram detidosO presidente do Colégio Nacional de Jornalistas (CNP), Tideno Guia (C), fala durante uma entrevista coletiva sobre garantias para os jornalistas que foram detidos - Foto: Federico Parra / AFP

A associação de jornalistas da Venezuela denunciou, nesta quarta-feira (30), um estado de "indefesa total" e exigiu garantias para os comunicadores detidos após a polêmica eleição presidencial de 28 de julho.

O Colégio Nacional de Jornalistas reivindicou "a apresentação dos detidos, (conhecer) sua condição de saúde, a situação em que se encontram e (garantir) o devido processo", disse o diretor da organização, Tinedo Guía, em uma coletiva de imprensa.

"Há uma [situação de] indefesa total, não apenas para os jornalistas, mas para todos os cidadãos na Venezuela; as pessoas desaparecem e não se sabe quem está com elas, os corpos policiais atuam sem uma ordem judicial", continuou.

Após as eleições presidenciais de 28 de julho — nas quais Nicolás Maduro foi proclamado presidente reeleito, apesar das denúncias de fraude — dez jornalistas foram detidos. Três deles se dedicavam ao ativismo político.

Outros três comunicadores já haviam sido presos durante a campanha eleitoral, e um em 2022 por acusações de narcotráfico.

A última detenção ocorreu na sexta-feira, quando agentes de inteligência levaram Nelin Escalante, jornalista especializado em cobertura econômica, após ele ser abordado pelo corpo de segurança em um shopping.

O Colégio de Jornalistas denunciou seu "desaparecimento forçado", uma vez que as autoridades se recusaram a informar onde ele está detido, segundo seus advogados e familiares. As autoridades também não se pronunciaram publicamente sobre medidas contra o comunicador.

"No momento em que foi detido, não havia uma ordem de um tribunal (contra ele) e também não foi preso em uma situação de flagrante", indicou o advogado Moisés Gutiérrez.

"Não foi dado o direito a uma ligação, já se passaram 48 horas e ele não foi apresentado a um tribunal; seus advogados de confiança não tiveram acesso a ele", denunciou.

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