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Ataque em Nova Orleans: Conheça as vítimas do atropelamento em massa durante festa de ano-novo

Uma futura estudante de enfermagem, um pai de dois filhos e ex-atleta são algumas das 15 pessoas mortas pelo motorista que avançou contra uma multidão de foliões reunida

Buquê de flores é colocado em grade de isolamento montada pelo FBI em local de ataque em Nova Orleans Buquê de flores é colocado em grade de isolamento montada pelo FBI em local de ataque em Nova Orleans  - Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

Muitos deles chegaram na véspera de ano-novo à Bourbon Street, um popular destino boêmio da cidade de Nova Orleans, no sul dos EUA, para comemorar as promessas para ano que chegava: uma jovem prestes a iniciar seus estudos para se tornar enfermeira, um pai de dois filhos passando um tempo com o primo, um ex-jogador de futebol americano da Universidade de Princeton.

Mas, por volta das 3h15 da manhã de quarta-feira (6h15 em Brasília), um homem do Texas avançou com sua caminhonete em meio à multidão de foliões, matando 15 pessoas e ferindo outras dezenas, antes de abrir fogo. Entre os feridos estão dois policiais que entraram em confronto com o motorista, dois cidadãos israelenses, e um estudante da Universidade da Geórgia.

 

Aqui está o que sabemos sobre algumas das pessoas que morreram no ataque, que está sendo investigado como um "ato de terrorismo".

Ni'Kyra Cheyenne Dedeaux
A família de Ni'Kyra Cheyenne Dedeaux em Gulfport, Mississippi, descobriu na quarta-feira que a jovem de 18 anos estava comemorando o ano-novo em Nova Orleans com o primo e que estava entre os mortos no ataque na Bourbon Street.

— Não sabíamos que ela estava lá, porque eu a teria desencorajado, especialmente em épocas de festas — disse Jennifer Smith, avó de Dedeaux. — Nenhum dos meus filhos vai a festas de ano-novo. Sempre tive esse medo.

Dante Reed, amigo de Dedeaux desde o ensino médio, disse que recebeu um telefonema frenético do primo que estava com ela em Nova Orleans, dizendo que eles haviam corrido quando ouviram tiros e que ele não a encontrava em lugar nenhum.

Dedeaux, conhecida como Biscuit por sua família e amigos próximos, estava ansiosa para começar no fim de janeiro os estudos na Blue Cliff College, onde planejava se formar em enfermagem. A jovem se inspirou na mãe e na avó, que eram enfermeiras, e no trabalho de limpeza que desempenhou em um hospital.

Ela era muito ligada à família e tinha outros cinco irmãos. Ela morreu no dia seguinte ao aniversário da morte de seu avô.

— Ela foi uma alegria durante o pouco tempo que a tivemos — disse Smith, lamentando: — É difícil acreditar que ela se foi.

No dia de sua formatura no ensino médio, em maio, sua família organizou uma festa. Ela recebeu buquês de dinheiro feitos por sua mãe. Ela usava boné e vestido vermelhos. Sua família compareceu à cerimônia com camisetas com o rosto dela. Até os bebês usaram macacões combinando para o dia.

— Esse foi o momento de maior orgulho de minha vida. Fiquei muito feliz — disse Smith, com a voz embargada. — Tenho muito orgulho de todos os meus netos, e dela especialmente.

Na quarta-feira, a mãe de Dedeaux postou uma foto da filha no Facebook e confirmou sua morte no ataque. Ela escreveu: "Quando seus pais disserem para não ir a algum lugar, por favor, os escute".

Reggie Hunter
Reggie Hunter, de 37 anos, e seu primo, Kevin Curry, de 38, decidiram fazer uma viagem rápida de Baton Rouge, Louisiana, até Nova Orleans para comemorar o ano-novo. Shirell Jackson, outra prima, disse na quarta-feira que teve notícias de Hunter pela última vez em um bate-papo em grupo da família, enquanto enviava mensagens de texto desejando um feliz ano-novo.

Por volta das 5h30 da manhã (8h30 em Brasília), Jackson recebeu um telefonema do University Medical Center New Orleans e correu para lá. Quando chegou, cerca de uma hora depois, descobriu que Hunter, pai de dois filhos, havia morrido devido a ferimentos internos.

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— Ele não merecia isso — disse Jackson.

Courtney Hunter, de 33 anos, irmã mais nova de Reggie Hunter, disse que ele adorava estar com a família e de confraternizar com eles, e que era especialmente competitivo quando se tratava de jogos.

Jackson disse que Hunter, que trabalhava como gerente em um armazém, tinha um ótimo senso de humor, que às vezes vinha com um toque de sarcasmo. Ele era conhecido por se vestir bem, disse, e a véspera de ano-novo não foi exceção: ele usava um par de Nike Jordans preto e branco e uma camisa polo preta.

— Sempre queria estar muito bem vestido — disse.

Curry também foi ferido no ataque e precisará de cirurgia para reparar um fêmur quebrado.

Tiger Bech
Tiger Bech, ex-jogador de futebol americano da Universidade de Princeton, também foi morto no ataque. Thomas More Catholic High School em Lafayette, Louisiana, onde Bech jogou futebol, lacrosse e atletismo antes de se formar em 2015, organizou uma oração do rosário para a família Bech na noite de quarta-feira.

"Sempre te amarei, irmão!", disse Jack Bech, irmão de Tiger Bech e jogador de futebol americano da Texas Christian University, em uma postagem nas redes sociais em que compartilhava a notícia de sua morte. "Você me inspirou todos os dias, [e] agora poderá estar comigo em todos os momentos. Eu cuidarei dessa família T, não se preocupe. Isso é para nós."

Kareem Badawi
Kareem Badawi, uma estudante da Universidade do Alabama, morreu no ataque, anunciou o presidente da instituição, Stuart R. Bell, no site da instituição.

Em uma publicação no Facebook, Belal Badawi, mãe de Kareem, disse que a filha morreu "como resultado de um trágico acidente em Nova Orleans".

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