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GUERRA NA UCRÂNIA

Ataque ucraniano com drones atinge petroleiro russo no Mar Negro

As operações militares dos dois países na região se tornaram mais intensas desde que a Rússia abandonou o acordo

O presidente da Rússia, Vladimir PutinO presidente da Rússia, Vladimir Putin - Foto: Sergei Bobylyov / SPUTNIK / AFP

Um petroleiro russo foi atingido por drones ucranianos no Estreito de Kerch, o que prejudicou por algumas horas neste sábado (5) o tráfego em uma ponte estratégica que liga Rússia à península da Crimeia, em um momento de grande tensão no Mar Negro.

As operações militares dos dois países na região se tornaram mais intensas desde que a Rússia abandonou, no mês passado, o acordo que permitia à exportação de grãos ucranianos por esta rota marítima.

Um navio de guerra russo já havia sido atingido na sexta-feira por um drone ucraniano em uma base do Mar Negro. Neste sábado, Moscou afirmou que enviou um caça para interceptar um drone americano de reconhecimento que sobrevoava uma área próxima da fronteira.

O petroleiro russo "SIG" foi atingido às 23H20 (17H20 de Brasília) de sexta-feira ao sul do Estreito de Kerch, informou neste sábado a agência federal de transporte marítimo da Rússia no Telegram.

"Durante a noite, o SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia) atingiu o 'SIG', um grande petroleiro da Federação da Rússia que transportava combustível para as tropas russas", declarou uma fonte ucraniana.

A nova "operação especial" de Kiev foi executada com um drone naval e explosivos, acrescentou a fonte, que chamou a ação de "bem-sucedida".

O ataque não provocou vítimas fatais, informou a agência russa de notícias RIA Novosti.

A diplomacia russa condenou o ataque e afirmou que alvo era um "navio civil". Também destacou que Kiev "não apenas colocou a tripulação em risco de morte, como também provocou uma ameaça de desastre ambiental em larga escala".

Ataque contra navio de guerra

Após o ataque, o tráfego pela ponte que atravessa o estreito e que liga a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, com o sudeste da Rússia foi paralisado durante três horas na madrugada de sábado.

Na sexta-feira, a Ucrânia anunciou um ataque com drones contra um navio russo de guerra na base de Novorossiysk, sul da Rússia, uma operação que também foi considerada "bem-sucedida" pelo serviço de inteligência de Kiev.

Na Crimeia, as autoridades russas anunciaram neste sábado que derrubaram um drone ucraniano quando o aparelho tentava atacar Sebastopol, grande porto e base russa na península.

A Rússia afirmou que as Forças Armadas ucranianas, com o auxílio de dois barcos sem tripulação, tentaram atacar a base naval, mas que as embarcações foram "detectadas e destruídas".

A frota russa no Mar Negro foi atacada em várias ocasiões desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. As ações se intensificaram nas últimas semanas.

"Vamos acabar com a presença da frota russa no Mar Negro", afirmou o conselheiro da presidência ucraniana, Mikhailo Podolyak, nas redes sociais.

A Ucrânia, que iniciou uma contraofensiva em junho para tentar retomar territórios ocupados pela Rússia, com progressos modestos até o momento, afirma que tem a intenção de recuperar a Crimeia.

Novorossiysk é um importante porto petroleiro, que abriga o terminal de um oleoduto de 1.500 km de extensão do oeste do Cazaquistão e das regiões russas ao norte do Mar Cáspio.

A península da Crimeia também foi alvo de ataques ucranianos na sexta-feira: o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas tropas derrubaram 13 drones.

Reunião sem a Rússia na Arábia Saudita

O exército russo reivindicou neste sábado a captura de Novoselivske, uma localidade da região de Kupiansk, nortes da Ucrânia.

As tropas de Kiev haviam recuperado a localidade dos russos em dezembro.

E no campo diplomático, a Arábia Saudita recebe a partir deste sábado na cidade de Jidá negociações entre representantes de mais de 30 países, incluindo Brasil, China, Índia e África do Sul (que integram o BRICS com a Rússia)  para buscar uma solução ao conflito.

Riad, como maior exportador de petróleo do mundo trabalha em estreita colaboração com Moscou na política dos combustíveis, mantém contatos com os dois lados, mas poucos avanços são aguardados na reunião do fim de semana e a Rússia nem sequer foi convidada.

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