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Ataques contra pontos de ônibus deixam um morto e 14 feridos em Jerusalém

Polícia israelense suspeita que os ataques foram coordenados

Ataques contra pontos de ônibus deixam um morto e 14 feridos em JerusalémAtaques contra pontos de ônibus deixam um morto e 14 feridos em Jerusalém - Foto: Ahmad Gharabli / AFP

Um adolescente foi morto e 14 pessoas ficaram feridas, nesta quarta-feira (23), em um duplo atentado a pontos de ônibus em Jerusalém, o primeiro ataque desse tipo em vários anos na Cidade Santa.

Uma primeira explosão em um ponto de ônibus nos arredores de Jerusalém deixou um adolescente morto e 11 feridos. A segunda, pouco depois e não muito distante, feriu pelo menos outras três pessoas.

Os ataques, ainda não reivindicados, ocorreram em um cenário de tensões crescentes relacionadas ao conflito israelo-palestino e às negociações lideradas pelo ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para formar um governo que pode ser o mais de direita da história do Israel.

O gabinete do primeiro-ministro em fim de mandato, Yair Lapid, identificou o adolescente falecido como Aryeh Schupak, de 15 anos, que o Canadá disse também ser cidadão canadense.

O ataque duplo também foi condenado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, e a Casa Branca ofereceu sua ajuda para esclarecer "esses atos de terrorismo".

O chefe do Exército israelense, Aviv Kohavi, interrompeu sua visita aos Estados Unidos nesta quarta-feira para retornar a Israel, informou a corporação.

O movimento islâmico palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza, não reivindicou a responsabilidade pelos ataques em Jerusalém, mas os "celebrou". Em um comunicado, descreveu-os como "o preço dos crimes e das agressões de Israel contra nosso povo".

Lapid realizou uma reunião de emergência com chefes de segurança no quartel-general do Exército em Tel Aviv e informou Netanyahu sobre a situação, incluindo a violência na Cisjordânia ocupada no dia anterior.

O Shin Beth, serviço de segurança interna de Israel, informou à AFP que o último ataque em Jerusalém, a disputada cidade no centro do conflito israelense-palestino, foi em 2016.

Negociações para formação de governo
Segundo um fotógrafo da AFP presente no local, a explosão perfurou uma cerca de metal localizada atrás do ponto de ônibus.

"Diferentes cargas explosivas foram colocadas nos dois locais. Suspeitamos de que tenha sido um ataque combinado", afirmou a polícia israelense, que reforçou a segurança em Jerusalém.

Uma fonte de segurança disse à AFP que as bombas foram ativadas a distância.

À tarde, centenas de pessoas, a maioria ultraortodoxas, reuniram-se em Jerusalém em torno do corpo do jovem coberto com um talit, o tradicional xale usado pelos judeus para rezar.

"Ele amava a Torá" e era "dedicado a grandes coisas", lamentou um ex-professor, o rabino Naftali Schreiber, prestando-lhe uma última homenagem.

O pai do falecido recitou a oração pelos mortos antes que o corpo fosse levado para seu local de descanso final no cemitério Har Hamenouhot de Jerusalém.

Violência na Cisjordânia
A violência aumentou nos últimos meses, especialmente na Cisjordânia ocupada, onde as forças israelenses lançaram operações mortais após uma série de ataques a alvos israelenses.

Em Nablus, uma grande multidão se reuniu para o funeral de um menino palestino de 16 anos, Ahmed Shehadeh, morto pelas forças israelenses em confrontos noturnos com combatentes locais, segundo a Autoridade Palestina.

Outro palestino, identificado como Hisham Abu Kishek, de 22 anos, não resistiu aos ferimentos após um confronto na véspera com as forças israelenses, informou o Ministério da Saúde palestino.

Após os letais ataques anti-israelenses no início deste ano, o Exército fez mais de 2.000 incursões na Cisjordânia, especialmente em Jenin e Nablus. O território é ocupado por Israel desde 1967.

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