Atentado deixa ao menos 6 mortos no centro de Istambul
A forte explosão ocorreu por volta das 16h20 locais (10h20 em Brasília), em um momento de grande movimento
Pelo menos seis pessoas morreram e 81 ficaram feridas neste domingo (13) em um atentado terrorista em uma das principais vias comerciais de Istambul, o centro econômico da Turquia.
A forte explosão ocorreu por volta das 16h20 locais (10h20 em Brasília), em um momento de grande movimento na avenida Istiklal, um destino popular para muitos turistas e moradores locais.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou o "atentado vil" que deixou "seis mortos". "Os autores deste atentado vil serão desmascarados. Que a nossa população esteja segura de que eles serão castigados", prometeu.
"As primeiras observações dão a entender que se trata de um atentado terrorista" disse o presidente aos jornalistas, ao acrescentar que "uma mulher estaria envolvida", sem oferecer mais detalhes.
Pouco depois, o vice-presidente do país, Fuat Oktay, confirmou que se tratou de um atentado terrorista e que o mesmo teria sido cometido por uma mulher.
Leia também
• EUA, Japão e Coreia do Sul prometem resposta "forte" a teste nuclear de Pyongyang
• Em Madri, 200 mil pessoas vão às ruas defender sistema público de saúde
"Consideramos que se trata de um atentado terrorista devido a detonação de uma bomba por parte de um agressor que seria uma mulher, segundo as primeiras informações", declarou Oktay aos jornalistas. No entanto, ainda não está claro se foi um atentado suicida.
O vice-presidente também atualizou o balanço de vítimas. "Até agora, perdemos seis pessoas, quatro delas no local. Temos 81 feridos. Dois deles estão em estado grave", afirmou. Anteriormente, Erdogan tinha confirmado aos jornalistas que eram seis mortos e 53 feridos.
A avenida Istiklal já havia sido palco de ataques no passado, especialmente durante os anos de 2015 e 2016, quando Istambul e outras cidades como Ancara, a capital, sofreram uma série de atentados.
Reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, os ataques mataram quase 500 pessoas e deixaram mais de 2.000 feridos.
'Ensurdecedor'
A polícia isolou o local para evitar que as pessoas se aproximassem e por temor de uma segunda explosão. Um enorme aparato das forças de segurança foi mobilizado e bloqueou também o acesso ao bairro e ruas adjacentes.
"Estava a uns 50-55 metros de distância, de repente ouvi um barulho de explosão. Vi três ou quatro pessoas estiradas no chão", declarou uma testemunha, Cemal Denizci, de 57 anos, à AFP.
"As pessoas correram em pânico. O barulho foi enorme. Havia fumaça preta. O barulho foi muito forte, quase ensurdecedor", acrescentou.
A explosão, que provocou chamas, foi ouvida a distância e desencadeou uma onda de pânico, segundo imagens difundidas nas redes sociais.
Além disso, vídeos e fotos mostravam uma grande cratera escura e vários corpos estirados no chão.
O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, se dirigiu ao local do incidente. "Fui informado pelas equipes dos bombeiros em Istiklal. Eles seguem com o trabalho em coordenação com a polícia", escreveu em uma postagem no Twitter, na qual também ofereceu suas condolências às vítimas e seus familiares.
No bairro vizinho de Galata, muitas lojas fecharam e algumas pessoas chegaram correndo do local da explosão com lágrimas nos olhos, segundo um correspondente da AFP.
Campanha de terror
O Conselho Superior de Radiotelevisão (RTÜK, na sigla em turco) proibiu rapidamente que os meios de comunicação exibissem imagens da cena.
O objetivo é "evitar semear o medo, o pânico e a agitação na sociedade e servir aos objetivos de organizações terroristas", justificou o diretor da comunicação presidencial e conselheiro próximo do presidente Erdogan, Farhettin Altun.
"Todas as instituições e organizações de nosso Estado realizam uma investigação rápida, meticulosa e eficaz sobre o incidente", prometeu Altun em uma declaração.
A avenida Istiklal, de 1,4 km de extensão e que significa "Independência" em turco, está situada no distrito histórico de Beyoglu. É uma das ruas exclusivas para pedestres mais famosas da cidade.
Por ela cruza um antigo bonde e há uma infinidade de lojas e restaurantes. Quase 3 milhões de pessoas circulam ali por dia durante o fim de semana.
Em março de 2016, um ataque suicida no mesmo lugar deixou cinco mortos.