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Atentado reivindicado pelos talibãs deixa três mortos e 23 feridos no Paquistão

Ataque atingiu um veículo da polícia que escoltava equipe de vacinação contra a poliomielite

Atentado reivindicado pelos talibãs deixa três mortos e 23 feridos no PaquistãoAtentado reivindicado pelos talibãs deixa três mortos e 23 feridos no Paquistão - Foto: Banaras Khan / AFP

Ao menos três pessoas morreram e 23 ficaram feridas nesta quarta-feira (30) em um atentado suicida na região oeste do Paquistão reivindicado pelos talibãs, dois dias após o anúncio do fim do cessar-fogo estabelecido em junho com o governo.

O ataque atingiu um veículo da polícia que escoltava uma equipe de vacinação contra a poliomielite na cidade de Quetta, afirmou à AFP um comandante da força de segurança, Azhar Mehesar.

As três vítimas fatais são "um policial, uma mulher e uma criança", informou Mehesar.

O atentado foi reivindicado pelo grupo "Tehreek-e-Taliban Pakistan" (TTP), que suspendeu no início da semana um acordo instável de cessar-fogo estabelecido com o governo em junho e ordenou a seus combatentes que retomassem os ataques em todo o país.

O atentado em Quetta foi executado para "vingar a morte" de um alto comandante e membro fundador do TTP que faleceu em agosto, durante a trégua, anunciou o movimento em um comunicado.

O TTP (Movimento dos Talibãs Paquistaneses) é um grupo separado dos talibãs afegãos, mas os dois compartilham a ideologia islâmica de linha dura.

Em menos de uma década, o movimento matou dezenas de milhares de civis paquistaneses e policiais.

O TTP perdeu força a partir de 2014, após grandes operações do exército paquistanês, mas voltou a ganhar impulso com o retorno do Talibã ao poder no Afeganistão em agosto de 2021, após a retirada das forças americanas depois de duas décadas de guerra.

Os ataques aumentaram 50% desde então e deixaram 433 mortos, segundo o instituto paquistanês PIPS.

Desconfiança das vacinas
Os militantes islamitas, principalmente os do TTP, atacam há muitos anos as equipes de vacinação contra a poliomielite e os policiais responsáveis pela segurança dos profissionais de saúde.

De acordo com a imprensa paquistanesa, mais de 70 vacinadores contra a poliomielite foram assassinados desde 2012, em particular na província de Khyber Pakhtunkhwa (noroeste), onde o TTP tem forte presença.

O Paquistão enfrenta há muitos anos uma onda de teorias da conspiração sobre estas vacinas, que são consideradas parte de um complô ocidental para esterilizar as crianças muçulmanas.

Outras teorias afirmam que as vacinas contêm gordura de porco e, portanto, são proibidas para os muçulmanos.

A desconfiança, alimentada por religiosos ultraconservadores, aumentou após a campanha falsa de vacinação organizada pela CIA para descobrir o paradeiro do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, assassinado em 2011 em Abbottabad (norte do Paquistão).

As autoridades paquistanesas iniciaram na segunda-feira uma campanha de uma semana para vacinar mais de 13 milhões de crianças contra a poliomielite.

O Paquistão registrou em abril o primeiro caso em 15 meses desta doença extremamente contagiosa, provocada por um vírus que ataca o sistema nervoso e pode causar uma paralisia irreversível.

Desde então foram detectados 20 novos casos, segundo o programa nacional de luta contra a poliomielite.

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