Ativista egípcio detido e em greve de fome diz que está "bem"
A família exigia uma prova de vida
O preso político Alaa Abdel Fattah, de nacionalidade egípcia e britânica, em greve de fome há sete meses em uma prisão na região do Cairo, escreveu uma carta a sua família na qual afirma que está "bem" e voltou a beber água no sábado (12), informou o advogado Khaled Ali.
A administração penitenciária entregou a carta a Laila Sueif, a mãe do blogueiro pró-democracia, um texto que sua irmã Sanaa Seif chamou de "prova de vida".
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Alaa Abdel Fattah, símbolo da Primavera Árabe e opositor do presidente egípcio Abdel Fattah al Sisi, está no centro das atenções no Egito, que recebe a reunião de cúpula mundial do clima (COP27) e que ocupa a 135ª posição na classificação mundial de 140 países do Estado de Direito, elaborada pelo World Justice Project.
Há sete meses, o ativista ingere apenas 100 calorias por dia. Em 6 de novembro, no início da COP27, ele decidiu parar de comer e beber.
Desde então, a família exigia uma prova de vida.
O advogado Khaled Ali compareceu três vezes à prisão de Wadi Natroun, a 100 km da capital egípcia, para tentar encontrar o ativista. Em duas ocasiões não conseguiu e retornou para uma nova tentativa nesta segunda-feira (14).
Desta vez, a mãe do blogueiro o acompanhava e recebeu uma carta "com data de 12 de novembro na qual afirma que está bem, sob vigilância médica e que voltou a beber" no sábado, escreveu o advogado no Facebook.
Sua irmã, Sanaa Seif, que lidera uma campanha pela libertação de 60 mil presos políticos no Egito de acordo com várias ONGs, em particular a de seu irmão, durante a COP27, confirmou a informação no Twitter: "Alaa está vivo".
"É claramente sua letra, é uma prova de vida, finalmente. Por quê guardaram por dois dias (a carta) sem nos entregar?", questionou. "Alaa diz que dará mais explicações quando possível", acrescentou.
Ícone da revolução de 2011 no Egito que expulsou Hosni Mubarak do poder, Alaa Abdel Fattah, perto de completar 41 anos, foi detido no fim de 2019. Ele foi condenado a cinco anos de prisão pela acusação de "divulgar informações falsas".