Irã

Ativistas iranianos convocam manifestação maciça contra o regime no sábado

Repressão aos protestos já deixou pelo menos 108 mortos, segundo estimativas de ONGs

Mulher iranianaMulher iraniana - Foto: ATTA KENARE/AFP

Ativistas iranianos convocaram a população a se manifestar maciçamente por todo o país no sábado (15), quando o movimento de protesto iniciado pela morte da jovem Mahsa Amini entra em sua quinta semana, apesar da repressão violenta das forças de segurança.

A indignação provocada pela morte, em 16 de setembro, da jovem curdo-iraniana de 22 anos, quando ela estava sob custódia da polícia, desencadeou a maior onda de manifestações e violência no Irã desde os protestos de 2019 contra o aumento dos preços da gasolina neste país rico em petróleo.

Mahsa Amini foi detida em 13 de setembro pela polícia da moralidade em Teerã, supostamente por infringir o rígido código de vestimenta das mulheres na República Islâmica.

Em sua maioria, os manifestantes são jovens, estudantes e mulheres que protestam contra o governo, queimam véus islâmicos e não hesitam em entrar em confronto com a polícia.

A repressão aos protestos já deixou pelo menos 108 mortos, segundo estimativas de ONGs, entre eles 23 menores com idades entre 11 e 17 anos, segundo a Anistia Internacional.

Dois efetivos das forças de segurança morreram por disparos de arma de fogo na província de Fars, o que eleva para cerca de 20 o número de agentes mortos desde o início das manifestações, segundo veículos oficiais.

Apesar do bloqueio das redes sociais e da internet por parte das autoridades, os ativistas lançaram uma convocação online, com o lema "O início do fim!" do regime, para a realização de protestos maciços neste sábado.

O movimento de contestação recebeu demonstrações de solidariedade no exterior e levou à imposição de sanções do Ocidente contra as autoridades e os responsáveis pela repressão no Irã.

Em uma carta aberta publicada nesta quinta-feira, o jornal reformista Etemad exigiu que os responsáveis pela segurança do país acabem com as detenções baseadas em "falsos pretextos".

Em um fato incomum, a polícia de Teerã anunciou nesta sexta-feira (14) que investigaria as acusações de assédio contra um agente que foi filmado aparentemente tocando de forma obscena em uma manifestante que ele acabara de prender.

Os enfrentamentos mortais ocorreram principalmente em Sanandaj, capital da província do Curdistão, de onde Amini era originária.

Na cidade de Zaedã (sudeste), pelo menos 94 pessoas morreram, segundo a organização Iran Human Rights (IHR), durante a violenta repressão das manifestações contra o suposto estupro de uma jovem por um policial.

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