Audiência pública no Recife debate sobre Transtornos de Aprendizagem e Desenvolvimento
De acordo com a vereadora Cida Pedrosa, pessoas com esses transtornos precisam ser incluídas no sistema de educação municipal
Abordando questões sobre Transtornos de Aprendizagem e Desenvolvimento, a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB), promoveu, nesta quarta-feira (08), uma audiência pública na Câmara Municipal do Recife, de forma virtual. Durante o debate, autoridades da Saúde e da Educação, especialistas, além de pessoas relatando experiências próprias, participaram explicando sobre transtornos como dislexia e TDAH e formas de inclusão para esse público na rede de ensino.
“Todas e todos nós temos a clareza da necessidade de incluir as pessoas dentro do sistema de educação e muitas vezes as pessoas não são incluídas porque sofrem de algum transtorno de aprendizagem que não é diagnosticado a tempo ou é diagnosticado de forma diferente do que o transtorno é e não pode usufruir de todos os seus potenciais como pessoa, porque não tem o acompanhamento necessário, previsto para aquele caso”, pontuou a vereadora Cida Pedrosa.
“A gente encaminhou ao prefeito João Campos uma Proposta de Lei para ele encaminhar à Câmara. Estamos também conversando com o secretário de Educação que é um homem extremamente sensível a isso. Além disso, conversei com a secretária Luciana que também está sensível à questão”, complementou Pedrosa.
Leia também
• Recife registra maior alta na cesta básica do Nordeste em agosto
• Recife terá novos pontos de testagem contra a Covid-19 nesta quinta (9)
• Bar no Recife comemora o primeiro aniversário com chope grátis
Dislexia
De acordo com a fonoaudióloga e mestra em Saúde da Comunicação Humana pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Camila Arruda, o diagnóstico da dislexia é consolidado a partir dos oito anos de idade.
“A dislexia é um transtorno do neurodesenvolvimento que vai causar um impacto na vida da criança de uma forma direcionada, para as habilidades de leitura e com isso para a parte da escrita. As crianças com dislexia vão ter uma dificuldade muito grande nesse processo de aprendizagem e por isso precisam de métodos específicos para que possam ser alfabetizadas. A gente sabe que o diagnóstico é consolidado a partir dos oito anos de idade, justamente porque a criança precisa ter passado pelo processo de alfabetização, para que possamos consolidar todas as dificuldades dela e identificar o diagnóstico. Porém, já se sabe que várias características podem aparecer de uma forma mais inicial, até mesmo na educação infantil”, explicou Camila.
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
No caso do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), existem três formas de a criança apresentar o transtorno, como destaca Iana Carvalho, coordenadora pedagógica e fonoaudióloga do Colégio Damas Recife.
“O TDAH pode ser de três formas: predominantemente desatento, que é aquela criança que pode ser até bem quietinha, mas na sala de aula vai prestar mais atenção no passarinho voando na janela, do que na professora que está explicando a matéria; pode ser o transtorno de atenção com a hiperatividade, que é aquele menino altamente agitado; e ainda podem ser esses dois com a predominância da impulsividade. Hoje já é unânime, não cabe mais dizer que é um menino mal-educado ou indisciplinado, é um transtorno neurobiológico onde existe um funcionamento cerebral diferente”, destacou Iana.