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Internacional

Aumentam esforços diplomáticos para reduzir crise sobre a Ucrânia

Presidente francês se reúne nesta segunda (7) com o presidente russo, Vladimir Putin

Presidente francês, Emmanuel Macron e o presidente russo, Vladimir PutinPresidente francês, Emmanuel Macron e o presidente russo, Vladimir Putin - Foto: Sputnik / AFP

O presidente francês, Emmanuel Macron, reúne-se nesta segunda-feira (7) com o colega russo, Vladimir Putin, enquanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, terá um encontro em Washington com o presidente americano, Joe Biden, para tentar reduzir a tensão na crise da Ucrânia.

Dezenas de milhares de soldados russos estão concentrados na fronteira com a Ucrânia, o que provoca temores de uma incursão militar. Moscou nega qualquer intenção bélica e afirma que mobilizou as tropas para garantir sua segurança, enquanto exige que a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, interrompa a expansão para perto de suas fronteiras.

Após a visita a Moscou, o presidente francês, cujo país tem a presidência semestral da União Europeia, viajará para Kiev na terça-feira (8). Lá, terá um encontro com o presidente Volodimir Zelensky.

"A intensidade do diálogo que temos com a Rússia e esta visita a Moscou são para impedir um conflito armado", disse Macron em uma entrevista ao Journal Du Dimanche, insistindo em que deseja abordar a crise em "termos de desescalada". 

Para o governo russo, o encontro entre os dois presidentes é "muito importante", mas resultará em poucos avanços.

"A situação é muito complexa para esperar avanços decisivos após um único encontro", minimizou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, apesar de "Macron ter dito a Putin que vem com ideias que almejam uma distensão". 

A Rússia já invadiu uma parte da Ucrânia em 2014, quando anexou a península da Crimeia após a revolta pró-Ocidente em Kiev. As sanções internacionais contra Moscou não tiveram efeito na linha do Kremlin.

Desde 2014, separatistas pró-Rússia, apoiados por Moscou, lutam contra o exército ucraniano no leste do país. Vários acordos de paz, mediados por Paris e Berlim, permitiram a interrupção dos combates, mas a resolução política do conflito está paralisada.

Macron deseja a retomada deste processo. 

"Linhas vermelhas"
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que Kiev não movimentará suas "linhas vermelhas": "nenhuma concessão na totalidade do território" e "uma retirada duradoura das forças russas da fronteira ucraniana e dos territórios ocupados".

A Rússia acusa o Ocidente, especialmente o governo dos Estados Unidos e a Otan, de ignorarem as questões sobre sua segurança. O Kremlin deseja garantias da Aliança Atlântica de que a Ucrânia não entrará para a organização e que o bloco retire suas forças dos países-membros do Leste Europeu.

Os países ocidentais rejeitam as exigências e propõem, em uma tentativa de acalmar as preocupações russas, gestos de confiança como visitas recíprocas às instalações militares, ou medidas de desarmamento.

"Medidas positivas, mas secundárias", de acordo com Moscou.

Também nesta segunda-feira, o chanceler alemão, Olaf Scholz, reúne-se com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Washington.

"Trabalhamos de maneira forte para enviar à Rússia uma mensagem clara de que pagará um preço elevado em caso de intervenção na Ucrânia", declarou Scholz em uma entrevista ao jornal americano The Washington Post.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos seguem enviando reforços militares para a Europa.

O serviço de Inteligência americano calcula que a Rússia já tem 70% do dispositivo necessário para uma invasão em grande escala da Ucrânia.

Desta maneira, a Rússia poderia tomar a capital do país vizinho, Kiev, em 48 horas. A operação poderia levar à morte de até 50.000 civis, 25.000 soldados ucranianos e 10.000 militares russos, com uma onda de até cinco milhões de refugiados, de acordo com os funcionários da Inteligência americana.

"Previsões apocalípticas" 
Na Ucrânia, no entanto, as autoridades minimizaram as previsões de Washington. O ministro Kuleba pediu que as pessoas não acreditem nas "previsões apocalípticas".

"Diferentes capitais têm cenários diferentes, mas a Ucrânia está preparada para qualquer cenário", afirmou no Twitter.

E um conselheiro da Presidência ucraniana disse que as chances de uma solução diplomática são "substancialmente maiores do que a ameaça de uma escalada".

Ao mesmo tempo, os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, República Tcheca, Eslováquia e Áustria iniciam, hoje, uma visita de dois dias à Ucrânia. 

E os ministros britânicos das Relações Exteriores e da Defesa irão a Moscou esta semana.

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