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Aumento das colônias de Israel na Cisjordânia bateu recorde em 2023, denuncia UE

A colonização por Israel da Cisjordânia ocupada e de Jerusalém Oriental, tem sido uma política contínua dos vários governos israelenses desde 1967

Cidade de Belém, na CisjordâniaCidade de Belém, na Cisjordânia - Foto: Hazem Bader/AFP

O ano de 2023 registrou um recorde no aumento dos assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada desde os Acordos de Oslo, juntamente com o maior número de permissões para construção emitidas em 30 anos, afirmou nesta sexta-feira (2) um relatório elaborado pelo representante da UE nos Territórios Palestinos.

"Espera-se que a situação piore em 2024 como consequência dos eventos mais recentes", indicou a delegação da União Europeia em uma mensagem na rede social X.

O relatório aponta que as autoridades israelenses emitiram 12.349 permissões para a construção de moradias na Cisjordânia, um território palestino ocupado desde 1967.

Estas autorizações não alcançavam um nível tão alto desde a assinatura dos Acordos de Oslo em 1993, que permitiram a criação da Autoridade Palestina na Cisjordânia.

Em Jerusalém Oriental, Israel autorizou a construção de 18.333 moradias na parte palestina da cidade, anexada por Israel em 1967.

No total, foram aprovadas permissões para 30.682 unidades habitacionais em 2023, o maior nível desde 2012, segundo a UE.

Os diplomatas europeus destacaram que, do ponto de vista da preservação de uma solução para o conflito de dois Estados, um israelense e outro palestino, na qual Jerusalém seria a capital de ambos, o desenvolvimento de colônias nos subúrbios do sul de Jerusalém compromete as perspectivas de "contiguidade" entre Jerusalém Oriental e a Cisjordânia.

"A UE tem pedido repetidamente a Israel que não prossiga com sua política de colonização", afirmou a delegação.

A colonização por Israel da Cisjordânia ocupada e de Jerusalém Oriental, considerada ilegal pelo direito internacional, tem sido uma política contínua dos vários governos israelenses desde 1967.

Os partidos de extrema direita que compõem o atual governo liderado por Benjamin Netanyahu pressionam para que Israel acelere a política de construção de colônias.

Cerca de 490.000 colonos vivem na Cisjordânia ocupada, onde residem cerca de três milhões de palestinos.

Além disso, há assentamentos que são ilegais de acordo com a legislação israelense, por terem sido erguidos sem permissões de construção.

A eclosão da guerra na Faixa de Gaza entre o movimento islamista Hamas e Israel intensificou a violência na Cisjordânia entre os colonos israelenses, o Exército e a população palestina.

Pelo menos 594 palestinos foram mortos por soldados israelenses ou por colonos desde 7 de outubro na Cisjordânia, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados das autoridades de saúde palestinas.

Neste mesmo período, pelo menos 17 israelenses, incluindo soldados, morreram em ataques de palestinos, segundo estatísticas das autoridades de Israel.

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