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eleições equatorianas

Autoridade eleitoral do Equador aprova candidatura do substituto de presidente assassinado

Decisão unanime do Conselho Nacional Eleitoral destacou que "rejeitou o recurso apresentado contra a candidatura, uma vez que o candidato não é filiado a nenhuma organização política"

Candidato presidencial do partido Construye, Christian ZuritaCandidato presidencial do partido Construye, Christian Zurita - Foto: Martin Bernetti

A autoridade eleitoral do Equador assumiu por unanimidade na quarta-feira (16) à noite a candidatura do jornalista Christian Zurita para a eleição presidencial de domingo (20), em substituição ao centrista Fernando Villavicencio, que foi assassinado a tiros há uma semana na saída de um comício em Quito.

"Por unanimidade e com base no relatório apresentado para nossa consideração, qualificamos a candidatura presidencial de @christianzr, apoiada pelo Movimento @Construye_Ecu, para participar nas #EleiçõesAntecipadas2023", anunciou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamaint, na rede X (antes do Twitter).

O organismo destacou em um comunicado que "rejeitou o recurso apresentado contra a candidatura, uma vez que o candidato não é filiado a nenhuma organização política. Em consequência, foi aprovado a qualificação da sua candidatura, após a verificação do cumprimento dos requisitos previstos na norma eleitoral em vigor".

Antes da aprovação oficial da candidatura de Zurita, 53 anos, o CNE abriu o caminho para a decisão ao rejeitar um recurso apresentado pelo movimento esquerdista do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) para impedir sua postulação.

O correísmo alegou que Zurita aparecia inscrita pelo partido de centro-direita Renovação Total (Renovação Total, Reto) e não pelo Construye (Construir), que dá o aval presidencial, e que por isso estaria incorrendo em dupla militância.

O rosto de Villavicencio, no entanto, constará nas cédulas eleitorais e não Zurita porque as mesmas já foram impressas, informou o CNE

Zurita argumentou que um documento que o vinculava ao Reto era falso porque sua assinatura não era verdadeira e pediu ao CNE que revogasse a validade do documento para o primeiro turno de domingo.

O CNE deu razão ao candidato e aceitou "a nulidade" solicitada, anunciou Atamaint.

O claro conflito de Zurita ou teria impedido de ser candidato por violação das normas eleitorais.

O "correísmo novamente tenta nos silenciar, confirma seu temor à nossa candidatura", afirmou mais cedo na rede X o Construye, partido de centro ao qual pertencer Villavicencio, segundo nas intenções de voto antes de sua morte, atrás da correísta Luisa González, de acordo com os institutos Cedatos.

Zurita celebrou a primeira decisão do CNE: "Estamos a poucas horas de que se oficializa a candidatura de Christian Zurita e Andrea González Nader", a sua candidata à vice-presidência, disse em Guayaquil.

Também jornalista e crítico do correísmo como Zurita, Villavicencio foi assassinado a tiros por um mercenário colombiano na quarta-feira da semana passada ao sair de um comício em Quito.

Antes do crime, ele acusou o líder preso da organização criminosa "Los Choneros" de tê-lo ameaçado de morte.

Com colete à prova de balas e capacete, protegido por policiais, o agora presidente visitou na quarta-feira o local onde seu amigo Villavicencio foi assassinado.

"Neste momento de profunda pesa, nos reunimos para honrar a memória de Fernando, um líder apaixonado e comprometido cujo legado vai perdurar no tempo. Sua dedicação incansável ao nosso país e seus valores ressoarão a cada passo que dermos para um futuro melhor", escreveu nas redes sociais.

Quando era membro da Assembleia Nacional - dissolvida em maio pelo presidente Guillermo Lasso, medida que levou às eleições antecipadas - denunciou ao Ministério Público que parlamentares, entre eles correístas, estariam envolvidos em um plano para assassiná-lo.

O Construye, que anunciou a candidatura de Zurita no domingo, acrescentou na rede X que "a reação vil e desesperada do correísmo em todos os dias posteriores ao assassinato (de) Fernando, incluiu esta impugnação, é a confirmação de que somos a candidatura mais temida pelas máfias".

Cmo não estava habilitado como presidente, Zurita não participou do debate oficial na noite de domingo, do qual participou outros sete candidatos.

Villavicencio, um ferrenho opositor ao correísmo, era jornalista investigativo. Uma de suas reportagens ao lado de Zurita levou Correa, que vive na Bélgica desde que deixou o poder em 2017, a ser condenado à revelação a oito anos de prisão por crime.

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