Autoridades da Guatemala recuperam controle de presídio 'El Infiernito'
"Já não há nem um só detento no presídio "El Infiernito". Esta prisão é do país novamente. Vamos reestruturá-la para que agora sim seja uma prisão de segurança máxima", afirmou o ministro de Governança (Interior), Francisco Jiménez, na rede X
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Mais de 400 policiais da Guatemala transferiram, neste domingo (2), 225 membros da gangue Barrio 18 que estavam reclusos na prisão de segurança máxima "El Infiernito", onde o grupo tinha televisões, refrigeradores, animais domésticos e até um "call center" para cometer extorsão e outros crimes.
"Já não há nem um só detento no presídio "El Infiernito". Esta prisão é do país novamente. Vamos reestruturá-la para que agora sim seja uma prisão de segurança máxima", afirmou o ministro de Governança (Interior), Francisco Jiménez, na rede X.
"Será repovoada. Isso sim, de acordo com sua condição de pessoas privadas de liberdade. São prisões, NÃO férias", acrescentou, em alusão às comodidades que tinham os líderes dessa máfia.
Segundo imagens oficiais, os reclusos tinham ar-condicionado, televisores e refrigeradores no Centro de Segurança Máxima Canadá - apelidado de "El Infiernito" ("O Inferninho", em tradução livre) -, no departamento de Escuintla, 70 km ao sul da capital.
Além disso, havia animais domésticos como frangos e galinhas, e um lago com crocodilos, acrescentou o ministro em um vídeo compartilhado no X.
Em uma diligência anterior, a polícia desmantelou na prisão uma espécie de "call center", com telefones celulares e conexões de internet, entre outros equipamentos.
O ministro responsabilizou "os governos anteriores" de "ceder aos criminosos" o controle das prisões.
"Primeiro, vamos encontrar todas as 'caletas' [espaços ocultos para guardar dinheiro, armas de fogo e celulares], mesmo que tenhamos que derrubar todas as paredes e levantar todo o piso. Depois, vamos transformá-la em uma verdadeira prisão de segurança máxima, com controles severos e uso de tecnologia", afirmou.
A operação acontece três dias depois de o presidente Bernardo Arévalo reconhecer que partes da capital são "prisioneiras" do crime organizado, ao reagir a um chamado da ONU para deter o recrutamento de menores por parte dessas gangues.
Os grupos Barrio 18 e Mara Salvatrucha disputam o controle de territórios para extorquir transportadores e comerciantes, entre outros. Quem se nega a pagar, é assassinado, segundo as autoridades.
As próprias autoridades reconhecem que a maioria das chamadas telefônicas de extorsão são feitas de dentro das prisões.
A Guatemala registrou um total de 4.361 homicídios em 2023, o que equivale a 25 para cada 100.000 habitantes, metade deles atribuídos ao narcotráfico e às gangues.