Autoridades denunciam incêndio intencional em parque na Argentina
Mais de 250 bombeiros trabalham para conter as chamas, uma missão complicada pelas condições meteorológicas
Dezenas de bombeiros continuam lutando na Argentina contra um incêndio em um parque nacional na Patagônia iniciado na quinta-feira, anunciaram as autoridades, que denunciaram que a origem das chamas foi intencional.
O fogo já destruiu quase mil hectares do Parque Nacional Los Alerces, localizado na província de Chubut, quase 2.000 quilômetros ao sudoeste de Buenos Aires e declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
"Confirmamos que o incêndio começou de maneira intencional", disse o governador Ignacio Torres, que sobrevoou o parque no domingo.
"Os responsáveis pelo início do incêndio terão que responder à justiça", acrescentou, antes de pedir "uma medida exemplar".
Ele também afirmou que algumas pessoas ocupam o parque de maneira ilegal e acusou o grupo radical Resistência Ancestral Mapuche (RAM) por supostamente ter iniciado o incêndio.
Ele diferenciou, no entanto, as comunidades indígenas, com as quais disse que está "trabalhando muito bem", da RAM, grupo que chamou de "mentirosos" e de ter um "negócio imobiliário".
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"O problema não está com os povos originários, e sim os criminosos que, sob falsas bandeiras, tomam terras. Eles fazem isso em Neuquén, fazem isso em Rio Negro, fazem isso em Chubut e acredito que é o momento de acabar em definitivo com isto", enfatizou.
"O incêndio continua ativo em todos os setores", disse Mario Cárdenas, diretor do Departamento de Incêndios, Comunicação e Emergências (ICE) do parque, que prevê "vários dias de trabalho".Os bombeiros tentam impedir que as chamas alcancem as localidades de Esquel, de 37.000 habitantes, e Trevelin, de quase 8.000 moradores.
No verão, as temperaturas na Patagônia, uma região normalmente fria no extremo sul da Argentina, superaram 40ºC. As províncias de Chubut e Rio Negro declararam estado de emergência devido ao risco de incêndios florestais até abril.