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Crise na Ucrânia

Autoridades ucranianas pedem que civis abandonem região do Donbass diante do avanço russo

A cidade tinha 100 mil habitantes antes da guerra

Edifícios destruídos em DonbassEdifícios destruídos em Donbass - Foto: Genva Savilov/AFP

Autoridades ucranianas pediram à população civil que abandone de maneira urgente a cidade de Sloviansk, no leste do país, diante do avanço das forças russas em sua campanha para controlar a região do Donbass.

Sloviansk enfrentou bombardeios russos intensos nos últimos dias, com pelo menos dois mortos e sete feridos em um ataque na terça-feira contra um mercado.

A cidade tinha 100 mil habitantes antes da guerra.

Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, que inclui Sloviansk, acusou a Rússia de "apontar de maneira intencional contra locais onde se concentram civis".

"Isto é terrorismo puro e simples", declarou no Telegram.

Em uma mensagem divulgada pela imprensa ucraniana, Kyrylenko disse que o "principal conselho é sair" da região.

"Esta semana não houve um dia sem bombardeios", disse na terça-feira à noite, antes de acrescentar que a cidade agora está ao alcance dos lançadores de foguetes múltiplos russos.

"O inimigo está bombardeando de modo caótico, os ataques pretendem destruir a população local", advertiu. "Então, novamente, meu principal conselho é partir".

Em Moscou, o ministério da Defesa informou que as forças russas atacaram a cidade de Kharkiv com armas de "alta precisão" nas últimas 24 horas e teriam matado até 150 soldados ucranianos.

Outras regiões também foram atingidas por mísseis e disparos de artilharia, informou Kiev.

Ao mesmo tempo, os aliados da Ucrânia reunidos na Suíça se comprometeram na terça-feira a apoiar o país em uma recuperação que pode ser longa e cara.

Após dois dias de conversas, representantes de quase de 40 países concordaram com a necessidade de reformas para aumentar a transparência e combater a corrupção. A reconstrução da Ucrânia pode custar até 750 bilhões de dólares.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, exigiu o fim do que chamou de "intolerável" sofrimento de civis e criticou a "guerra sem sentido".

Bachelet afirmou que até 3 de julho foram registrados mais de 10 mil civis mortos ou feridos na Ucrânia, com 335 crianças entre as vítimas fatais.

Ela afirmou ainda que os números reais podem ser consideravelmente maiores.

Depois de abandonar o objetivo inicial de tomar Kiev diante da resistência ucraniana, a Rússia concentrou seus esforços em garantir o controle do Donbass, uma região do leste do país formada por Lugansk, que as forças russas tomaram quase por completo, e Donetsk, no sudoeste, cenário de ataques.

A queda de Lysychansk no domingo, uma semana após a retirada do exército ucraniano da vizinha Severodonetsk, abriu caminho para o avanço dos russos em Donetsk.

Na terça-feira, os russos tentaram assumir o controle da pequena cidade de Siversk após vários dias de bombardeios.

"Há combates intensos na área de Lugansk, perto de Lysychansk", declarou Serguei Gaiday, governador de Lugansk.

No sudoeste, na região de Kherson, as tropas russas enviaram helicópteros e artilharia para conter os contra-ataques ucranianos.

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