Avança no Chile acordo político para redação de nova Constituição
Em 4 de setembro, 62% dos cidadãos rejeitaram uma proposta de nova Constituição
Líderes dos partidos políticos do Chile se reuniram nesta segunda-feira (12) para delinear um novo processo constitucional e concordaram em confiar a redação do texto a um órgão 100% eleito pelos cidadãos.
“Creio que ninguém que entrou hoje nessa reunião (...) pensou que iríamos sair com acordos tão significativos”, disse à imprensa o presidente da Câmara dos Deputados, Raúl Soto, após mais de quatro horas de reunião na sede do Congresso em Santiago.
“Vamos avançando a passos firmes”, acrescentou o deputado governista.
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Em 4 de setembro, 62% dos cidadãos rejeitaram uma proposta de nova Constituição elaborada pela Convenção Constitucional, cujos membros haviam sido escolhidos por votação popular, com paridade de gênero e 17 assentos indígenas reservados.
Nesta segunda-feira, foi decidido que o órgão encarregado de redigir o novo texto voltaria a ter seus membros eleitos pela população, porém, o número de integrantes ainda será definido. A Convenção da tentativa anterior tinha 155.
Diferente da outra vez, a redação agora terá o suporte de um comitê de especialistas, embora o formato ainda não tenha sido estabelecido.
A nova instância também será partidária e o voto no plebiscito será obrigatório, assim como aconteceu no processo fracassado.
“Estamos muito esperançosos com o resultado do diálogo de hoje”, afirmou a secretária-geral da Presidência, Ana Lya Uriarte, que participa também das negociações.
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira, do instituto privado Cadem, mostrou que, após a rejeição da primeira proposta, 67% dos chilenos é a favor da elaboração de uma nova Constituição.