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PANDEMIA

Avanço da Delta está em ritmo menor do que o esperado, mas estatísticos fazem alerta

Balanço mais recente do Centro de Vigilância Epidemiológica indica que já foram detectados 231 casos da variante DeltaBalanço mais recente do Centro de Vigilância Epidemiológica indica que já foram detectados 231 casos da variante Delta - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A variante delta do novo coronavírus não teve, ao menos por ora, a proliferação prevista inicialmente pelos especialistas. A continuidade de obrigação do uso de máscaras, o grande número de pessoas contaminadas e ainda as medidas de restrição podem ter colaborado para que a expansão não tenha sido tão rápida no estado e na cidade de São Paulo quanto foi em Israel, Nova York e Londres.

"Felizmente a variante dela não entrou no Brasil com a velocidade que temíamos. Alguns até especulam uma espécie de justificativa ecológica, uma competição com a variante gama, não disseminada em outras metrópoles. E precisamos lembrar que em alguns locais o uso da máscara foi abolido, o que pode ter influído diretamente na disseminação", afirma o infectologista Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, professor da Faculdade de Medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu (interior de SP) e presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.

Por outro lado, para pesquisadores ligados ao projeto SP Covid-19 Info Tracker, uma plataforma desenvolvida por pesquisadores da USP e da Unesp, com apoio da Fapesp (Fundo de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), para análise de dados da doença, essa proliferação pode ocorrer a partir de setembro.

A projeção foi feita levando em consideração a data de chegada da variante em Israel, Nova York e Londres. Segundo análise dos pesquisadores, os aumentos começaram a ocorrer, em média, 80 dias após a confirmação dos primeiros casos.

Pela análise deles, mesmo medidas como o uso de máscara ou o distanciamento social não devem evitar uma grande expansão no número de casos no estado e na cidade de São Paulo no próximo mês.

NO ESTADO
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, um estudo do instituto Adolfo Lutz do dia 1º de agosto indicou que a variante delta foi detectada em 4% das amostras analisadas.
Até agora, ela foi encontrada em três regiões: Grande São Paulo, Baixada Santista e Taubaté.

Segundo o mesmo estudo, a variante gama ainda responde pela maioria absoluta dos casos de Covid-19 no estado de São Paulo.

O balanço mais recente do Centro de Vigilância Epidemiológica indica que já foram detectados 231 casos da variante delta, sendo 52 autóctones (contraídos no estado), 10 importados e 169 ainda em investigação.

Dados apresentados na quarta-feira (18) durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes indicam queda de 9% no número de casos, e de 4,3% na quantidade de internações.

A pasta reitera a importância de continuidade das medidas de prevenção contra o coronavírus, tais como o uso de máscaras, higienização das mãos e evitar aglomerações.

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