Avião com o caixão da rainha Elizabeth II pousa em Londres
Em Londres, falecida Elizabeth II terá seis dias de homenagem popular; Funeral está marcado para o dia 19 de setembro
O corpo de Elizabeth II chegou nesta terça-feira (13) a Londres para seis dias de homenagens populares e um funeral de Estado, após o adeus dos escoceses à sua rainha, falecida na quinta-feira aos 96 anos, depois de sete décadas no trono.
Milhares de pessoas enfrentaram o dia chuvoso para receber, com aplausos e as lanternas de seus celulares acesas, a chegada do caixão ao Palácio de Buckingham, onde passará a noite cercado pela família real, chefiada pelo novo monarca, Charles III.
A reta final da última viagem de Elizabeth II levou mais de uma hora desde a base militar de Northolt, onde um avião C-17 Globemaster, recentemente utilizado em missões de ajuda à Ucrânia, pousou às 18h54 locais (14h54 de Brasília), transportando o caixão.
A única filha da rainha, a princesa Anne, de 72 anos, acompanhou todo o trajeto. "Tive a sorte de compartilhar as últimas 24 horas da vida de minha amada mãe. Foi uma honra e um privilégio acompanhá-la em sua última jornada", disse a princesa em um comunicado, em que agradeceu as demonstrações de "amor e respeito" à falecida.
A primeira homenagem aberta ao público aconteceu na Escócia, após sua morte na quinta-feira em sua residência em Balmoral, na região das Highlands escocesas. Dezenas de milhares de pessoas passaram desde segunda-feira pela capela ardente instalada na Catedral de Saint Giles.
Gavin Hamilton, de Edimburgo, ficou na fila por mais de cinco horas e só conseguiu entrar na catedral às 2h50. E milhares de pessoas continuavam na fila. "Havia pessoas que vieram de Aberdeen, a quase 100 milhas (160 quilômetros)", disse.
"A Escócia se despediu de nossa rainha com tristeza, mas com carinho. Nunca mais a veremos", escreveu a chefe do governo escocês, Nicola Sturgeon.
Horas de espera
Após passar a noite no 'Bow Room' do Palácio de Buckingham, ao lado da família, na quarta-feira o corpo será levado para o Westminster Hall, a ala mais antiga da sede do Parlamento britânico.
Centenas de milhares de pessoas devem passar pelo local para prestar homenagem à rainha. O governo alertou que as pessoas podem ser obrigadas a passar várias horas na fila antes de se aproximarem do caixão.
"Levem isto em consideração antes de decidir sobre comparecer ou trazer crianças", advertiu Downing Street.
Desde segunda-feira, várias pessoas já aguardavam diante do Parlamento, 48 horas antes da abertura do local para o público.
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"Eu disse a minhas filhas que definitivamente vou apresentar meus respeitos presencialmente. Estou feliz por estar na fila, não importa o tamanho", disse Vanessa Nanthakumaran, uma das primeiras pessoas na fila.
Os londrinos terão vários dias para prestar suas homenagens à falecida monarca, até as primeiras horas de segunda-feira, 19, dia em que seu funeral de Estado será realizado na Abadia de Westminster e ela será enterrada em Windsor.
No domingo está previsto um minuto de silêncio às 20h00 (16h00 de Brasília).
Irlanda do Norte
Enquanto o país se despede de sua mãe, o rei de 73 anos se instala no trono que ela ocupou por sete décadas, tornando-se símbolo de união e estabilidade.
Isso inclui uma viagem pelas quatro nações que compõem o país: Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte.
A etapa da Irlanda do Norte, que Charles III realizou nesta terça-feira, é considerada a mais delicada.
Desde que os britânicos mantiveram, em 1921, este pedaço da ilha após a independência da Irlanda, a região dividiu-se entre católicos e protestantes.
Profundamente devotados à rainha falecida, os unionistas da Irlanda do Norte, protestantes, temem que a sua causa perca força em um contexto político alterado pela saída da União Europeia e pelo avanço dos nacionalistas republicanos e católicos a favor da reunificação com a vizinha Irlanda.
"Assumo minhas novas tarefas determinado a buscar o bem-estar de todos os habitantes da Irlanda do Norte", prometeu Charles III no Castelo de Hillsborough, no sul de Belfast, aos representantes políticos locais.
A visita de Elizabeth II à Irlanda em 2011 foi a primeira de um monarca britânico desde a independência e ajudou a selar a paz na região.