Aviões e helicópteros: em uma semana, 2024 tem ao menos um acidente aéreo por dia
Casos nos EUA, no Japão, na Austrália e no Brasil deixam mortos e feridos. Entre as vítimas, o ator Christian Oliver e suas duas filhas, de 10 e 12 anos
Em uma semana, o ano de 2024 já tem ao menos um acidente aéreo por dia, entre países como EUA, Japão, Austrália e Brasil. Em solo brasileiro, o ano começou com as buscas de um helicóptero desaparecido no dia 31 de dezembro, em SP. Neste domingo, as buscas da Força Aérea Brasileira — que conta com equipe especializada e equipamentos com tecnologias específicas para a missão — completaram uma semana. Quatro pessoas estavam a bordo.
Relembre, abaixo, alguns dos casos de acidentes aéreos que vieram à tona nesta primeira semana do ano:
Ator com filhas no Caribe
O ator Christian Oliver, de 51 anos, morreu após um acidente aéreo na última sexta-feira, dia 5, em uma pequena ilha de um arquipélago caribenho. Imagens que mostram o momento da queda do avião monomotor onde ele estava com o piloto e as duas filhas, de 10 e 12 anos, circularam nas redes sociais. Todos morreram.
A tragédia ocorreu nas águas de Bequia, território de São Vicente e Granadinas, por volta do meio-dia (horário local), onde Oliver passou as festas de final de ano com as filhas. Momentos depois de decolar do aeroporto JF Mitchell, em Bequia, Sachs fez contato com a torre de controle por rádio e contou que "estava enfrentando problemas e estava voltando", de acordo com o veículo de imprensa local Searchlight. Foi a última comunicação do piloto com os controladores.
Colisão entre duas aeronaves no Japão
Um dia depois de um dos maiores terremotos registrados nos últimos anos, de magnitude 7,6, que deixou mais de 60 mortos e provocou um alerta de tsunami, o Japão foi novamente cenário de um desastre na terça-feira, dia 2: durante o pouso no aeroporto de Haneda, em Tóquio, um Airbus A350-600, com 379 pessoas a bordo, colidiu com uma aeronave de pequeno porte da Guarda Costeira. Cinco pessoas, todas a bordo do avião da Guarda, morreram, e todos os passageiros e tripulantes da Japan Airlines (JAL) saíram em segurança, em uma operação rápida e que foi elogiada por autoridades e especialistas.
Citado pela rede NHK, o Ministério de Terras, Infraestruturas, Transportes e Turismo apontou que houve uma falha na comunicação entre os controladores de terra e as aeronaves. O órgão afirma que a aeronave da Guarda Costeira, que seguiria para as regiões afetadas pelo terremoto de segunda-feira, havia recebido autorização para entrar na pista. Contudo, o voo 516 da Japan Airlines, proveniente da ilha de Sapporo, no Norte, também recebeu sinal verde para pousar na mesma pista, algo confirmado pela empresa em comunicado horas depois do acidente. Este será o ponto central das investigações: descobrir se alguém passou uma ordem errada, se os pilotos entenderam errado as orientações, ou se foi uma combinação desses dois fatores.
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Colisão entre dois helicópteros na Austrália
Dois helicópteros colidiram perto de Main Beach, em Gold Coast, na Austrália, na última segunda-feira, dia 1º. O acidente deixou quatro mortos e outros três feridos gravemente. Segundo Angus Mitchell, comissário-chefe do Australian Transport Safety Bureau, uma investigação sobre o acidente está em andamento. Imagens que circulam nas redes sociais registraram o momento de dentro de um dos helicópteros.
Mitchell disse ainda que, ao que tudo indica, a pá do rotor principal do helicóptero que estava decolando colidiu com a cabine dianteira do helicóptero que estava em processo de pouso, causando "danos consideráveis" a esse segundo helicóptero, que ficou totalmente destruído.
Avião voou de 'porta aberta' nos EUA
Um avião da Alaska Airlines perdeu parte de sua fuselagem (estrutura que abriga a cabine de passageiros) no meio do voo nesta sexta, dia 5, e o piloto precisou fazer um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Portland, no estado de Oregon, nos EUA. Após o incidente, a companhia suspendeu sua frota de aeronaves Boeing 737 Max 9, e informou que espera concluir as inspeções em alguns dias.
De acordo com a Alaska Airlines, o voo 1282 transportava 171 passageiros e seis membros da tripulação, e seguia de Portland para Ontario, no estado da Califórnia, também nos EUA. Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram o vento forte que passou pelo buraco durante os cerca de 15 minutos que o avião levou para retornar ao aeroporto. Por ele, era possível ver o céu noturno e as luzes da cidade abaixo. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou, neste domingo, que o uso da aeronave Boeing 737 Max 9 está suspenso no Brasil.
Planador no interior de São Paulo
O piloto Sérgio Roberto Alonso, de 74 anos, morreu neste sábado, após o planador (aeronave sem motor) que pilotava cair entre Lençóis Paulista e Areiópolis, no interior de São Paulo, pouco depois das 14h. Sérgio também era advogado especializado em direito aeronáutico, e atuou em alguns casos emblemáticos de acidentes aéreos no país, como o da cantora e compositora Marília Mendonça, em 2021.
Fabricado em 1982, o planador que Sérgio pilotava é um modelo ASW20 da empresa Alexander Schleicher e tem capacidade para uma pessoa. Além disso, a aeronave só tem uso permitido para voos privados de instrução, segundo o registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A Polícia e Anac investigam os motivos do acidente.
Quedas de helicópteros em MG e no MA
Na terça, dia 2, um helicóptero com quatro pessoas caiu em Capitólio, Minas Gerais. Uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas e foram levadas a um hospital. O grupo começava um passeio sobre o Lago de Furnas, quando o helicóptero caiu logo depois da decolagem. O acidente é investigado pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa).
No mesmo dia, outro helicóptero caiu em Bela Vista do Maranhão, no Maranhão. O piloto, José Rondinelle da Encarnação Rodrigues, era o único tripulante e morreu. O acidente é investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).