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Azerbaijão suspeita que míssil russo derrubou avião no Cazaquistão

A aeronave, que caiu no Cazaquistão, havia decolado do Azerbaijão com destino à república russa da Chechênia

Especialistas em emergência trabalham no local do acidente de um jato de passageiros da Azerbaijan Airlines perto da cidade de Aktau, no oeste do Cazaquistão, em 25 de dezembro de 2024.Especialistas em emergência trabalham no local do acidente de um jato de passageiros da Azerbaijan Airlines perto da cidade de Aktau, no oeste do Cazaquistão, em 25 de dezembro de 2024. - Foto: Ministério de Situações de Emergência do Cazaquistão / AFP

Fontes azerbaijanas citadas por veículos de imprensa internacionais e um funcionário americano levantaram a hipótese de que um míssil russo tenha derrubado um avião comercial da Azerbaijan Airlines na quarta-feira (25), causando a morte de 38 pessoas no Cazaquistão.

Nenhum dos países envolvidos confirmou oficialmente esta versão, e a Rússia já alertou sobre as "hipóteses" que circulam antes do término da investigação. As autoridades cazaques, aliadas próximas da Rússia, também denunciaram "especulações".

O avião, um Embraer 190, fazia a rota entre Baku, capital do Azerbaijão, e Grozny, capital da república russa da Chechênia, com 67 pessoas a bordo. A aeronave caiu em circunstâncias ainda pouco claras e pegou fogo próximo a Aktau, um porto no Mar Cáspio, no oeste do Cazaquistão, distante de sua rota normal.

O Azerbaijão acredita que um míssil terra-ar russo, disparado por um sistema de defesa antiaérea Pantsir-S próximo a Grozny, causou a queda do avião, segundo o Caliber, um site azerbaijano pró-governo, citando fontes anônimas. O jornal americano The New York Times, a rede de televisão Euronews e a agência de notícias turca Anadolu publicaram informações semelhantes.

Um funcionário americano, sob condição de anonimato, afirmou que os primeiros indícios apontam para a responsabilidade de um sistema de defesa antiaéreo russo. O avião deveria pousar na república russa da Chechênia, onde nas últimas semanas foram relatados ataques de drones ucranianos, em meio à guerra entre os dois países.

Autoridades russas informaram sobre ataques de drones em Ossétia do Norte e Inguchétia, regiões vizinhas à Chechênia, a centenas de quilômetros da linha de frente ucraniana.

Buracos na fuselagem 
Especialistas militares e da aviação já haviam levantado a teoria de um míssil russo, apontando principalmente para os buracos visíveis na fuselagem do avião.

Jean-Paul Troadec, ex-diretor da agência francesa de investigação de acidentes aéreos (BEA), afirmou à AFP que "os rastros que são vistos no avião sugerem que é bastante provável" que tenha sido atingido por um míssil.

O blogueiro e especialista militar russo Yuri Podoliaka afirmou no Telegram que os buracos eram similares aos que um "sistema de mísseis antiaéreos" poderia causar.

Sob condição de anonimato, um ex-especialista da BEA comparou o incidente ao voo MH17 da Malaysia Airlines, derrubado por um míssil terra-ar sobre a Ucrânia em 2014.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou "um erro formular hipóteses antes das conclusões da investigação". O presidente do Senado cazaque, Maulen Ashimbayev, afirmou que "não é possível" determinar a causa da catástrofe no momento.

Inicialmente, a Azerbaijan Airlines atribuiu a queda a uma colisão com pássaros, mas depois retirou a informação. A agência de aviação civil russa (Rosaviatsia) também mencionou essa versão, mas o especialista aeronáutico Xavier Tytelman descartou tal possibilidade, considerando os danos à fuselagem.

O ministro dos Transportes cazaque, Marat Karabayev, mencionou a "explosão de um balão" a bordo da aeronave, sem dar mais detalhes. Uma investigação foi aberta por "violação das regras de segurança e de exploração do transporte aéreo". Segundo um promotor regional cazaque, duas caixas pretas foram encontradas.

O serviço Flightradar24, que permite acompanhar a movimentação dos aviões em tempo real, mostra que o aparelho atravessou o mar Cáspio, desviando-se do seu percurso normal, antes de voar em círculos sobre a zona onde caiu.

"Trágico" 
O Ministério de Situações de Emergência do Cazaquistão informou que "29 sobreviventes, incluindo três crianças, foram hospitalizados".

A bordo do avião estavam 37 azerbaijanos, seis cazaques, três quirguizes e 16 russos.

Os corpos de quatro vítimas foram repatriados pelo Azerbaijão, para onde também devem ser enviados 14 sobreviventes.

Jalil Aliyev, pai da comissária de bordo Hokume Aliyeva, lamentou a morte trágica da filha.

"Por que sua jovem vida teve que terminar de forma tão trágica?", perguntou o homem com a voz trêmula.

Um avião chegou a Moscou com 9 russos feridos a bordo, incluindo uma criança.

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou "condolências" ao seu homólogo azerbaijano.

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