VIOLÊNCIA

Bebê de 1 ano e 4 meses que teria sido agredida pelo padrasto se recupera bem, no Recife

Mãe e babá revezam cuidados à criança na UTI e não sabem paradeiro do padrasto

O Hospital da Restauração, no Derby, centro do RecifeO Hospital da Restauração, no Derby, centro do Recife - Foto: Miva Filho/Secom

Tem sido positiva a recuperação da bebê de 1 ano e 4 meses que teria sido agredida pelo padrasto, no bairro de Santo Amaro, centro do Recife, na semana passada. Ela continua internada na unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica do Hospital da Restauração (HR), no Derby, centro do Recife. 

Em entrevista à Folha de Pernambuco, a cuidadora da bebê afirmou que ela passou por uma cirurgia na cabeça, que não foi especificada à reportagem, embora tenha sido questionada.

“Ela fez essa cirurgia e ficou sedada, mas está dando alguns sinais, quando entramos [na UTI pediátrica] e conversamos, ela mexe as pernas e o braço”, explicou.

Questionada sobre o principal suspeito de ter agredido a criança, a babá se resumiu a dizer que nem ela e nem a mãe “sabem por onde ele anda”.

As duas revezam os cuidados à menina, na unidade hospitalar. A babá passa a noite e a mãe fica com a filha durante o dia.

E o que diz a mãe?
A Folha de Pernambuco tentou contato com a mãe da menina, tanto por ligação quanto por aplicativo de conversa, mas a mulher, de 32 anos, se resumiu, por telefone, a dizer apenas que a filha está estável e que “não iria falar”.

Investigações da PCPE
A Polícia Civil de Pernambuco, informou, por meio de nota, que “o caso segue em investigação e maiores informações só poderão ser repassadas após a completa elucidação dos fatos”.

A corporação disse ainda que instaurou inquérito policial e iniciou as diligências para apurar a ocorrência, que foi classificada como lesão corporal.

Relembre o caso
A mãe da criança relatou que saiu para trabalhar, em Boa Viagem, por volta das 8h, na última quinta-feira (1º). Geralmente, a filha ficava na casa da babá, que mora perto da família.

Como a criança estava dormindo ainda profundamente, a mãe contou que a deixou com o padrasto, que sairia para trabalhar, porém, mais tarde.

Às 8h20, ainda segundo a mãe, ela entrou em contato com o marido, perguntando pela filha. O homem enviou uma foto da criança e disse que estaria tudo bem e que ela estava “descansando”.

Posteriormente, às 10h53, ele perguntou à mãe se, porventura, a criança teria “batido a cabeça de madrugada”. A mãe respondeu que não e questiona: “O que houve? Que eu senti, não [não bateu a cabeça] e não vi. Aconteceu alguma coisa?”.

Ainda na mensagem, o pai respondeu: “Eu e V [filho da mulher e irmão da bebê] estávamos dando um beijo nela agora e está inchado um canto da cabeça dela, meu amor. Botei um pouco de gelo”. No mesmo momento, ele enviou uma foto da cabeça da menina para a mãe dela.

“Eu liguei desesperada para ele, pedindo para mantê-la acordada e que tentasse agitá-la, porque eu estava indo para casa, porque haviam me liberado do trabalho”, detalhou ela.

Sabendo do que tinha acontecido, por meio da mãe, a babá da criança foi para a casa da família para ajudar no socorro.

“Quando minha mãe e eu chegamos lá, ela [a bebê] estava acordada ainda, com um lado do rosto inchado. Foi quando eu peguei ela no braço e perguntei: 'Meu amor, o que aconteceu com você?' O padrasto sempre repetia que ela tinha caído da cama”, contou a babá, em prantos.

A criança foi socorrida para o Hospital Helena Moura, na Tamarineira, Zona Norte do Recife, e depois, transferida para o HR.

“Quando chegamos lá, as médicas fizeram pressão e perguntaram o que tinha acontecido. Ele [o padrasto] me disse que ela tinha caído da cama. Eu perguntei: 'Como assim? Você não me falou isso, em momento nenhum'. Ele disse que não tinha falado para não me preocupar”, complementou a mãe.
Babá que ajudou mãe no caso da bebê de um ano e quatro meses que teria sido agredida

“Ele permanece dizendo que foi uma queda. Eu não sei se, verdadeiramente, foi isso que aconteceu, porque o meu outro filho não soube explicar. Ele estava na sala. Só disse que escutou um barulho na cama”, revelou a mãe.

Suspeito seria ciumento
Ainda de acordo com a mãe, o padrasto da menina teve ciúme, nos últimos dias, porque ela estava organizando uma visita da bebê ao pai, que está preso no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, por crimes de roubo e posse ilegal de arma de fogo.

“Ele é muito frio, mas, pela convivência, eu achava normal. Eu não deixava ele pegar ela e nem dar banho ou trocar fralda. Ela o estranhava muito, porque ele tirava brincadeiras com ela para assustá-la, o que eu sempre fui contra”, expõe.
 

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