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Beto Freitas

Bachelet pede investigação independente da morte de Beto Freitas

Em comunicado, comissária defende “reformas urgente de leis”

Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle BacheletAlta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet - Foto: Mark Garten/ONU

A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu às autoridades brasileiras que seja investigada de maneira “rápida, completa, independente, imparcial e transparente” a morte de João Alberto Silveira Freitas. 

Em comunicado, a porta-voz da alta comissária, Ravina Shamdasani, disse que a morte de João Alberto “é um exemplo extremo, mas infelizmente muito comum, da violência sofrida pelos negros no Brasil”, onde há “persistente discriminação estrutural”. Segundo ela, Bachelet salienta que é preciso apurar se o crime foi motivado por preconceito racial.

A morte ocorreu na noite de quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, no supermercado Carrefour, em Porto Alegre (RS).

Conforme a porta-voz da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, o racismo, a discriminação e a violência contra afrodescendentes no Brasil “são documentados por dados oficiais, que indicam que o número de vítimas afro-brasileiras de homicídio é desproporcionalmente maior do que outros grupos”.

A porta-voz disse que Michelle Bachelet defende “reformas urgentes de leis” e adoção de ações afirmativas no país. Conforme o comunicado, “as autoridades devem intensificar a educação em direitos humanos, a fim de promover uma melhor compreensão das raízes do racismo, e fazer um maior esforço para incentivar o respeito à diversidade e ao multiculturalismo. Devem ainda promover um conhecimento mais profundo da cultura e história dos afro-brasileiros, bem como da sua contribuição para a sociedade brasileira”.

Desde quinta-feira (19), estão presos os agressores filmados espancando a vítima - um segurança terceirizado do supermercado e um policial militar temporário que estava fora de horário de serviço na PM, ocupado em atividades administrativas e de segurança terceirizado para o Carrefour. Presos em flagrante, eles podem ser enquadrados no crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.

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