Bairro de Dois Unidos recebe 14ª Parada da Diversidade do Recife neste domingo (25)
O evento é organizado pelo Grupo de Cidadania Homossexuais de Pernambuco (GCHP)
Com o tema "Somos da Periferia e Exigimos Respeito", a 14ª Parada da Diversidade do Recife volta a acontecer após dois anos, no bairro de Dois Unidos, na Zona Norte da capital. O evento é organizado pelo Grupo de Cidadania Homossexuais de Pernambuco (GCHP), em parceria com a Prefeitura do Recife e o Governo de Pernambuco e foi idealizado no ano de 2009.
A partir das 14h, o público pôde conferir várias atrações musicais em um palco montado no Terminal de Ônibus de Dois Unidos, como Dany Myler e a banda Lolyta, Jefferson Rouche, banda Bateu a Química, Isa e banda Espartilho, Andrielle Matias e Marquinhos Balada. A apresentação do evento ficou por conta da artista Marcilio Montier. Drag queens e outros artistas LGBTQIA+ também se apresentaram.
A partir das 17h, três trios elétricos percorrem a avenida Hildebrando de Vasconcelos, até o Centro de Treinamento do Santa Cruz Futebol Clube.
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De acordo com o fundador da Parada da Diversidade de Dois Unidos, Ricardo José dos Santos, a população LGBTQIA+ está na rua é um avanço na luta contra o preconceito.
“Isso é uma conquista para a gente. Estamos em uma periferia e para a gente esse trabalho de conscientização, de prevenção na comunidade é muito importante e é um avanço para o segmento LGBT. E a gente não só faz a parada, fazemos ações durante a semana com debates sobre a prevenção de DSTs [Doenças Sexualmente Transmissíveis], e a questão das demandas das violências contra a população LGBT. A gente passou 2 anos sem parada da diversidade, então as pessoas estão com sede de mandar esse recado principalmente nesse momento tão difícil que o país está vivendo”, explicou.
A drag queen Lohanna Satto veio do bairro de Jardim São Paulo para prestigiar a festividade. Para ela, a celebração é sinônimo de amor e paz.
“Aqui está tendo um movimento muito lindo de amor e a gente vem pedir paz para todos os LGBTs, porque nós que somos trans precisamos de amor. Hoje em dia a sociedade está com muito preconceito, muita descriminação. Estamos aqui para gritar e pedir paz, por nós mesmos, por nossa liberdade. Ser trans é ser uma mulher decidida do que eu quero ser, não importa a opinião do próximo, não importa o que pensam de mim, o que importa é eu ser feliz”, destacou.
Andreza Moura, de 36 anos e Kaline Silva, de 36, namoram há cerca de 1 ano. Elas estavam felizes em participar do evento e acreditam que o momento é um ato de liberdade.
“Essa festa para a gente é como se fosse um ato de liberdade frente às pessoas que são homofóbicas. Isso é um vento de liberdade para nós, porque vivemos numa sociedade muito preconceituosa e não é de hoje, faz muito tempo. Do jeito que eles podem, a gente também pode. Ser uma mulher lésbica é ter o mesmo direito que uma pessoa hétero tem. Eu estou muito animada para a festa, faz 2 anos que não tem nada e hoje viemos com tudo para brincar, e nos divertir na paz”, disse Andreza.
A Parada da Diversidade do Recife em Dois Unidos contou também com o apoio da Polícia Militar de Pernambuco; Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU); Polícia Civil de Pernambuco; Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu); Guarda Municipal, e Corpo de Bombeiro Militar de Pernambuco. No local, também tinha uma delegacia móvel para atender o público.