Balanço de desabamento na Flórida sobe para nove mortos; especialistas estrangeiros chegam ao local
A busca não para e as equipes utilizam duas gruas para retirar cuidadosamente os escombros
O número de mortos no desabamento parcial de um edifício em Surfside, Flórida, subiu para nove neste domingo (27), enquanto equipes de emergência de Israel e do México trabalham ao lado de colegas americanos para tentar encontrar sobreviventes da catástrofe, que deixou pelo menos 150 desaparecidos.
"Encontramos outros quatro corpos nos escombros, além de restos humanos", disse a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, em uma entrevista coletiva.
A busca não para e as equipes utilizam duas gruas para retirar cuidadosamente os escombros, enquanto os socorristas trabalham com cães farejadores nos escombros do edifício que desabou em Surfside, perto de Miami Beach.
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"Estamos fazendo progressos. Temos várias equipes de resgate no local", afirmou neste domingo o prefeito de Surfside, Charles Burkett, antes de informar que especialistas do México já trabalham na área da tragédia.
Entre os desaparecidos há pelo menos 18 cidadãos latino-americanos, incluindo uruguaios, argentinos e paraguaios. O Canadá também informou que pelo menos quatro cidadãos podem ter sido "afetados
"Não falta recursos, falta sorte. Precisamos de mais sorte", disse Burkett.
Uma equipe de 10 especialistas israelenses chegou neste domingo para ajudar os colegas americanos.
"Esta é uma das melhores, senão a melhor, e uma das mais experientes equipes de resgate", afirmou Nachman Shai, ministro israelense para questões da diáspora, ao chegar ao local.
Muitos membros da comunidade judaica de Surfside, perto de Miami Beach, estão entre os afetados pela tragédia e Israel se comprometeu a ajudar.
Em Surfside há 2.500 judeus - quase metade da população da cidade - e muitos deles integram o movimento hassídico Chabad-Lubavitch, de acordo com a imprensa israelense, mas os moradores locais afirmam que o número aumentou durante a pandemia de coronavírus
A operação de resgate é lenta e minuciosa. O temor de que o número de mortos seja muito maior é cada vez maior, mas as equipes de emergência repetem que ainda é possível encontrar sobreviventes presos entre os escombros.
- Incêndio controlado -
A busca foi complicada por um incêndio que impediu o acesso a algumas áreas.
"A boa notícia é que conseguimos controlar o fogo e a fumaça no sábado", declarou neste domingo a prefeita Levine Cava, que citou uma "visibilidade boa".
Quatro vítimas foram identificadas, informou a polícia, que divulgou seus nomes e números de apartamento.
Gladys e Antonio Lozano, de 79 e 83 anos respectivamente, moravam no mesmo apartamento. As outras duas pessoas tinham 54 anos, uma delas, Stacie Fang, era a mãe de um jovem de 15 anos resgatado dos escombros na quinta-feira, segundo o jornal Miami Herald.
Um monumento foi improvisado na cerca do acampamento base do resgate. As pessoas colocaram fotos dos desaparecidos, além de flores e velas no chão.
"Meu coração está com as pessoas de Surfside", tuitou no sábado o presidente Joe Biden, que prometeu toda ajuda federal necessária.
- Meses de investigação -
O prédio de 12 andares, chamado Champlain Towers e com vista para o mar, desabou parcialmente na madrugada de quinta-feira. A tragédia afetou 55 apartamentos.
As autoridades não determinaram o motivo do desabamento e a investigação pode demorar meses.
Mas as perguntas sobre a origem da tragédia são cada vez mais numerosas. Um morador do edifício iniciou uma ação coletiva, segundo o canal NBC, para obter uma indenização para as vítimas.
Um relatório de 2018 sobre o estado do edifício mencionou "danos estruturais importantes" e "rachaduras" na garagem, de acordo com documentos divulgados na noite de sexta-feira pela administração da cidade de Surfside.