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Rússia

Banco Central da Rússia vai intervir para impedir colapso do rublo

Rublo desvalorizou-se 30% em relação ao dólar desde o início do ano devido à queda nas exportações

O rublo russo passou de 100 em relação ao dólar em 14 de agosto de 2023, seu nível mais baixo desde 23 de março de 2022O rublo russo passou de 100 em relação ao dólar em 14 de agosto de 2023, seu nível mais baixo desde 23 de março de 2022 - Foto: Yuri Kadobnov/AFP

O banco central da Rússia anunciou uma reunião extraordinária de política monetária na terça-feira (15), depois que a moeda local caiu a 100 rublos por dólar, valor mínimo desde março de 2022.

O rublo desvalorizou-se 30% em relação ao dólar desde o início do ano devido à queda nas exportações, ao aumento dos impostos e dos gastos militares.

O banco central da Rússia anunciou uma reunião extraordinária na terça-feira sobre o nível das taxas de juros, que o emissor elevou em julho para 8,5%, acima das expectativas do mercado.

Os resultados da reunião serão anunciados às 10h30 no horário local (04h30 no horário de Brasília), informou o banco central.

A notícia da reunião reafirmou o mercado e o rublo recuperou terreno.

Durante a operação, a moeda russa caiu a um nível de 100 rublos por dólar e 110 por euro. No final do dia, avançou para 98 por dólar e 107 por euro.

A moeda russa não caía para o nível de 100 unidades por euro desde março de 2022, quando entrou em colapso após a ofensiva militar contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro daquele ano.

O banco central anunciou a reunião depois que o conselheiro do Kremlin, Maxim Oreshkin, criticou a "política monetária frouxa" do emissor em um artigo de opinião publicado pela agência oficial de notícias TASS nesta segunda-feira.

Oreshkin afirmou que o banco central tem todas as "ferramentas necessárias" para lidar com a situação e estimou que o preço do rublo voltará a uma situação de normalidade no futuro próximo.

"Tudo vai subir"
A desvalorização do rublo gera temores devido ao seu impacto no padrão de vida da população geral em um contexto de aumento da inflação.

Depois de um ano e meio de sanções das potências ocidentais pelo conflito na Ucrânia, que implicaram a saída de muitas empresas estrangeiras do país, os russos começam a sentir as consequências.

"É claro que estou chateado", disse à AFP Evgeny Kundratas, um executivo de recursos humanos de 44 anos. "A moeda está mais cara e isso não é conveniente", acrescentou.

Viktor Rybakov, um homem de 61 anos que trabalha no setor médico, teme o impacto na vida cotidiana.

"Agora tudo vai subir, desde o transporte até os preços dos alimentos", afirmou.

Anna Rebrova, uma gerente de relações públicas de 33 anos, é mais otimista.

"As pessoas entenderam que nada vai ser como antes (...), mas tudo vai se ajeitar com o tempo", acrescentou.

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