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SAÚDE

Barras proteicas: estudo mostra que alimentos ricos em proteína podem não ser tão saudáveis

Segundo pesquisa, eles podem conter açúcar, sal, gorduras saturadas e alto teor calórico

Estudo mostrou que barras de proteína podem não ser tão saudáveisEstudo mostrou que barras de proteína podem não ser tão saudáveis - Foto: Pixabay

Alimentos fortificados com proteínas e suplementos de proteínas e aminoácidos estão se tornando cada vez mais populares no mundo todo. Este tipo de alimento recebe a adição de algum nutriente em sua composição original para melhorar sua composição nutricional ou apoiar a prevenção de carências nutricionais.

As pessoas estão cada vez mais o consumindo por acreditarem que são mais saudáveis, entretanto, uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Miguel Hernández, na Espanha, mostrou que essa percepção pode ser enganosa.

 

Vários relatórios científicos afirmam que alimentos ricos em proteína também podem conter outros ingredientes não saudáveis, como açúcar, sal, gorduras saturadas e alto teor calórico.

O estudo analisou 4325 alimentos processados de 12 tipos diferentes. Cerca de 13% desses itens alimentares exibiram alegações de proteína. A maior proporção de alegações de proteína foi observada entre análogos de carne à base de plantas (68,2%), seguidos por barras (35,3%) e substitutos de sobremesas de iogurte ou laticínios (21,3%).

Aproximadamente 60,4% dos itens alimentares analisados tinham proteínas fortificadas. As barras e análogos de carne à base de plantas estavam as maiores taxas de fortificação. Proteínas vegetais foram adicionadas com mais frequência a itens fortificados (41,7%) do que proteínas animais (25,9%). A proteína vegetal mais comumente adicionada foi o glúten, seguido por proteínas do leite e da soja.

Segundo pesquisadores, os alimentos fortificados tinham de fato um conteúdo de proteína significativamente maior do que aqueles que diziam não ser. Entretanto, além da proteína foram observados outros componentes também, como: carboidratos, açúcar e teor de gordura total e saturada entre alimentos com e sem alegações de proteína.

O estudo mostrou que as barras com alegações de proteína tinham menor teor de carboidratos e 82% menos açúcar do que aquelas sem alegações de proteína, mas continham 48% mais gordura saturada.

Leite e bebidas lácteas continham uma quantidade menor de gordura total e saturada, e iogurtes e leite fermentado continham uma quantidade menor de carboidratos e açúcar.

Os substitutos do leite com alegações de proteína tinham menos açúcar e carboidratos, mas continham mais gordura total em comparação com aqueles sem alegações de proteína.

Bem como os análogos de carne à base de plantas com alegações de proteína tinham menor teor de carboidratos do que aqueles sem.

Qualidade nutricional
O estudo utilizou um modelo de perfil nutricional desenvolvido pela Organização Pan-Americana da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde para avaliar a qualidade nutricional de alimentos com alegações de proteína.

As descobertas revelaram que cerca de 90,8% dos alimentos com alegações de proteína são classificados como “menos saudáveis” e mais de 50% têm alto teor de gordura e sódio.

Segundo os pesquisadores, isso se torna preocupante, porque a ingestão excessiva de sódio é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares.

Um em cada quatro itens ainda tinha alto teor de açúcar livre e gordura saturada, e um em cada cinco itens tinha adoçantes.

Já os alimentos com alegação de proteína apresentaram 17% itens "menos saudáveis". Em comparação com os alimentos sem alegação de proteína, as proporções de alimentos com altas quantidades de gordura, sódio ou adoçantes também foram maiores entre os itens alimentares com alegações de proteína.

No entanto, as proporções de alimentos com altas quantidades de açúcar livre ou gordura saturada foram menores entre estes itens.

“A qualidade nutricional de alimentos com alegações de proteína é significativamente pior do que aqueles sem tais alegações. Isso destaca a necessidade de os consumidores avaliarem cuidadosamente os rótulos nutricionais desses alimentos, particularmente porque as alegações de proteína podem criar uma aura de saúde enganosa”, afirmam os cientistas.

os autores ainda aconselham que a presença de alegações de proteína na embalagem deve levar os consumidores a verificar cuidadosamente a declaração nutricional e a lista de ingredientes para fazer escolhas realmente saudáveis.

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