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AVIAÇÃO

Base Aérea do Recife será desativada pela Aeronáutica; entenda motivos

Data da desativação coincide com o aniversário de 83 anos da Base Aérea do Recife

Aeronave da FAB estacionada na Base Aérea do Recife Aeronave da FAB estacionada na Base Aérea do Recife  - Foto: Tenente Enilton/Força Aérea Brasileira/Divulgação

Criada em 1941, durante a 2ª Guerra Mundial, a Base Aérea do Recife (BARF), será desativada na próxima quinta-feira (24). A instalação fica no bairro do Jordão, na Zona Sul da capital pernambucana. A data da desativação coincide com o aniversário de 83 anos da base.

Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) explicou que a desativação da Base Aérea do Recife será "tão somente no que se refere aos aspectos de operações aéreas"

Portaria publicada na última segunda-feira (15) no Boletim do Comando da Aeronáutica e assinada pelo tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, destaca que a FAB observou, ao longo dos anos, uma "redução significativa nas atividades" desenvolvidas na base recifense.

"Em virtude de não mais haver unidades aéreas sediadas, a vocação dessa nobre OM [organização militar] voltou-se para a Segurança e Defesa, assim como apoio eventual a aeronaves militares em trânsito por Recife", diz trecho do documento assinado pelo comandante da FAB.

A base vinha sendo usada, por exemplo, em operações da FAB, como a que trouxe brasileiros do Oriente Médio, no início do conflito entre Israel e Hamas, em outubro do ano passado.  

O comando aéreo alegou que a desativação da BARF busca promover eficiência administrativa e econômica.

"A planejada mudança ampara-se nos importantes pilares de modernização da gestão pública, uma vez que agregará eficiência administrativa, gerando economia de recursos públicos, implementando importantes adequações operacionais de controle do espaço aéreo, sem que haja quaisquer perdas de sua fiel representatividade naquela cidade que sempre a acolheu, permanecendo nela sediado o Segundo Comando Aéreo Regional, responsável pelas atividades da Força Aérea no Nordeste brasileiro, sendo este comandado por Oficial-General de 3 estrelas", explica a FAB.

As atividades da BARF serão redistribuídas para outros locais vinculados à Força Aérea na capital pernambucana.

O Grupo de Segurança e Defesa do Recife (GSD-RF) e a Assistência Religiosa passarão à subordinação do II Comando Aéreo Regional (Comar) que fica em Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana; e a Banda de Música passará à subordinação do Grupamento de Apoio do Recife (GAP-RF), também localizado em Boa Viagem.

A Força Aérea Brasileira explica ainda que a decisão implicará na transferência de subordinação do Comando de Preparo (Comprep) ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), mais especificamente ao Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 3), localizado no bairro de Jardim Jordão, Zona Sul do Recife.

Apesar da desativação da base, destaca a FAB, será preservada toda a infraestrutura existente e não haverá movimentação de efetivo para outras localidades

"[...] havendo inclusive a manutenção histórica da denominação da OM [organização militar], qual seja: a consagrada Base Aérea do Recife permanece estampada na entrada principal", cita a nota.

Planejamento
Ainda está previsto o planejamento de atividades fundamentais de controle do espaço aéreo vinculadas à BARF, bem como a operação dos controles de aproximação de Maceió/AL e de Aracaju/SE, que passarão a operar a partir da base recifense, o que resultará em incremento do efetivo da guarnição de Aeronáutica do Recife para 2025.

Aeronave pousou na Base Aérea do RecifeAeronave da FAB na Base Aérea do Recife | Foto: Força Aérea Brasileira/Governo Federal

Histórico
Durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), o governo brasileiro temia uma possível invasão no Nordeste, devido aos sucessos das investidas dos exércitos alemão e italiano no norte da África.

Além disso, Dacar, em Senegal, o ponto mais próximo ao Brasil no continente africano, era controlado pelo governo francês de Vichy, que colaborava com os nazistas alemães.

O aumento das proporções da guerra e os ataques submarinos do Eixo — Alemanha, Itália e Japão — a navios mercantes aliados e brasileiros, bem como a fragilidade das defesas brasileiras no Nordeste, levou o recém-criado Ministério da Aeronáutica a estabelecer diversas bases aéreas ao longo da costa, como a Base Aérea do Recife.

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