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COP29

Batalha pelo financiamento na COP29 é "humilhante", diz líder interino de Bangladesh

Durante as negociações em Baku, as nações esperam chegar a um acordo para aumentar significativamente o financiamento da ação climática a países em desenvolvimento

O líder interino de Bangladesh, Muhammad Yunus, faz um discurso durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) O líder interino de Bangladesh, Muhammad Yunus, faz um discurso durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29)  - Foto: Alexander Nemenov / AFP

O líder interino de Bangladesh, Muhammad Yunus, considerou nesta quarta-feira (13) que ter que lutar pelo financiamento na COP29 é "muito humilhante" para os países mais pobres, que sofrem as consequências da mudança climática sem serem os responsáveis por ela.

"Acho muito humilhante para as nações ter que pedir dinheiro para resolver (…) o problema que outros lhes causaram", disse o vencedor do Prêmio Nobel da Paz à AFP em uma entrevista à margem da cúpula do clima no Azerbaijão.

"Por que estamos sendo arrastados até aqui para negociar? Sabemos bem qual é o problema", acrescentou.

Durante as negociações em Baku, as nações esperam chegar a um acordo para aumentar significativamente o financiamento da ação climática a países em desenvolvimento, como Bangladesh.

Alguns desejam um aumento de 10 vezes em relação aos atuais 100 bilhões de dólares anuais (577 bilhões de reais na cotação atual) para cobrir os custos do abandono dos combustíveis fósseis e da adaptação aos desastres climáticos.

Mas os países desenvolvidos que têm que pagar, como os Estados Unidos e os membros da União Europeia, estão relutantes em comprometer valores tão grandes e querem que outros Estados, como a China, participem.

"Não estamos em um mercado de peixe", disse Yunus, economista de 84 anos e atual líder do governo interino, depois de uma onda de protestos ter derrubado o governo da primeira-ministra Sheikh Hasina.

Segundo ele, as nações ricas deveriam colocar um número na mesa. "É você quem deve determinar a quantia necessária, não eu", declarou.

"Não se trata de pechinchar. Não se trata de negociar. Trata-se de encontrar uma solução", acrescentou.

Bangladesh é um dos países mais vulneráveis à mudança climática, com enchentes e ciclones que afetam frequentemente esta nação de cerca de 170 milhões de habitantes.

Em agosto, 40 pessoas morreram nas cheias e quase 300 mil foram forçadas a se refugiar em abrigos de emergência.


 

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