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BBC reconhece manchete sexista sobre renúncia da premiê neozelandesa

Jacinda Ardner, de 42 anos, anunciou a renúncia na quinta-feira (19)

Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova ZelândiaJacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia - Foto: Marty Melville / AFP

Acusada de sexismo por uma manchete sobre a inesperada renúncia da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, que questionava se "as mulheres podem realmente ter tudo", a emissora pública britânica BBC reconheceu seu erro nesta sexta-feira (20).

Após cinco anos e meio no poder, Ardern, de 42 anos, anunciou na quinta-feira (19) que entregará o cargo no início de fevereiro, dizendo não ter "energia" para disputar outro mandato.

Ao noticiar o anúncio, o canal internacional BBC World compartilhou nas redes sociais um artigo intitulado "Jacinda Ardern renuncia: as mulheres podem mesmo ter tudo?", analisando o equilíbrio entre ser mãe e chefe de estado.

Despertou a revolta de muitos internautas, que denunciaram seu conteúdo como sexista.

"Reconhecemos rapidamente que a manchete original era inadequada e a mudamos. Também excluímos o tuíte associado" ao artigo, disse um porta-voz da BBC à AFP nesta sexta-feira.

"É uma vergonha @BBCWorld", denunciou uma internauta, chamando Ardern de "heroína internacional", graças a quem "muitas outras mulheres têm aspirações mais altas e obterão maior sucesso".

Ardern liderou o país em duras crises, como uma erupção vulcânica mortal, a pandemia da Covid-19 e o pior ataque terrorista de sua história, quando um supremacista branco matou 51 muçulmanos em uma mesquita de Christchurch, em 2019.

Extremamente popular no plano internacional, desfrutou, por muito tempo, de um índice de aprovação recorde na Nova Zelândia, fenômeno que passou a ser chamado pela imprensa local de "Jacindamania".

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