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BCE mantém suas taxas de juros inalteradas

Taxa da facilidade permanente de depósito permanece em 4%

Banco Central Europeu (BCE)Banco Central Europeu (BCE) - Foto: Daniel Roland / AFP

O Banco Central Europeu (BCE) manteve suas taxas de juros inalteradas pela terceira vez consecutiva, nesta quinta-feira (25), optando pela prudência diante da evolução da inflação na zona do euro, apesar da desaceleração nos últimos meses.

A taxa de juros da facilidade permanente de depósito permanece em 4%, seu nível mais alto desde o lançamento da moeda única, em 1999.

A taxa das principais operações de financiamento e a da facilidade de crédito marginal situam-se, respectivamente, em 4,5% e 4,75%.

Há muita expectativa sobre quando os responsáveis do BCE decidirão sobre seu primeiro corte nas taxas de juros, já que houve uma desaceleração significativa da inflação na zona do euro — grupo dos 20 países que compartilham a moeda única.

A inflação atingiu 2,9% na comparação anual em dezembro, segundo o Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia.

Este valor está muito abaixo do máximo de 10,6% alcançado em outubro de 2022, após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro do mesmo ano. Mas ainda está acima da meta de 2% estabelecida pelo BCE, instituição sediada em Frankfurt.

"As condições restritivas de financiamento estão freando a demanda, o que ajuda a reduzir a inflação", afirmou a instituição em um comunicado.

O guardião do euro aumentou as suas taxas dez vezes desde meados de 2022.

"O Conselho de Governo [principal órgão de governo do banco] está determinado a garantir que a inflação volte em breve ao seu objetivo de médio prazo de 2%", afirmou o BCE.

A instituição considera que as taxas "estão em níveis que, mantidos por um período suficientemente longo, contribuirão substancialmente para este objetivo".

Tensões no Oriente Médio 
A presidente do BCE, Christine Lagarde, alertou que as tensões no Oriente Médio e a interrupção do tráfego marítimo no Mar Vermelho podem afetar a inflação.

"Os riscos inflacionários incluem o aumento das tensões geopolíticas, especialmente no Oriente Médio", declarou Lagarde em coletiva de imprensa.

A situação pode "aumentar os preços da energia e os custos de frete no curto prazo e prejudicar o comércio global", explicou.

O BCE prevê uma inflação média de 2,7% para este ano e de 2,1% para 2025.

As tensões se intensificaram no Oriente Médio após o início da guerra entre o movimento islamista Hamas e Israel na Faixa de Gaza. O conflito eclodiu em 7 de outubro, após o ataque do Hamas no sul de Israel.

Em solidariedade com os habitantes de Gaza, os rebeldes huthis do Iêmen atacaram navios que transitavam no Mar Vermelho, fundamental para o comércio internacional.

O tráfego nessa estrada caiu 22% em um mês, declarou na terça-feira o comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis.

Em Frankfurt, Lagarde afirmou também que os membros do Conselho de Governo consideram o debate sobre um corte nas taxas "prematuro".

Durante o Fórum Econômico Mundial, realizado na cidade suíça de Davos de 15 a 19 de janeiro, Lagarde mencionou a probabilidade de um corte das taxas no verão europeu (inverno no Brasil).

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