Bebê de 1 ano e 4 meses é internada no HR em estado grave; ela teria sido agredida pelo padrasto
Polícia Civil está investigando o caso
A Polícia Civil de Pernambuco investiga o caso de uma bebê de 1 ano e 4 meses que teria sido agredida pelo próprio padrasto, no Recife. O caso aconteceu em Santo Amaro, no Centro do Recife.
A bebê foi hospitalizada no Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, também na área central da cidade, nessa quinta-feira (1º). Ela está internada na UTI pediátrica da unidade.
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O que aconteceu?
Em entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, a mãe da criança, que tem 32 anos, relatou que saiu para trabalhar, em Boa Viagem, por volta das 8h. Geralmente, a filha ficava na casa da babá, que mora perto da família.
Como a criança estava dormindo ainda profundamente, a mãe contou que a deixou com o padrasto, que sairia para trabalhar, porém, mais tarde.
Às 8h20, ainda segundo a mãe, ela entrou em contato com o marido, perguntando pela filha. O homem enviou uma foto da criança e disse que estaria tudo bem e que ela estava “descansando”.
Posteriormente, às 10h53, ele perguntou à mãe se, porventura, a criança teria “batido a cabeça de madrugada”. A mãe respondeu que não e questiona: “O que houve? Que eu senti, não [não bateu a cabeça] e não vi. Aconteceu alguma coisa?”.
Ainda na mensagem, o pai respondeu: “Eu e V [filho da mulher e irmão da bebê] estávamos dando um beijo nela agora e está inchado um canto da cabeça dela, meu amor. Botei um pouco de gelo”. No mesmo momento, ele enviou uma foto da cabeça da menina para a mãe dela.
“Eu liguei desesperada para ele, pedindo para mantê-la acordada e que tentasse agitá-la, porque eu estava indo para casa, porque haviam me liberado do trabalho”, detalhou ela.
Sabendo do que tinha acontecido, por meio da mãe, a babá da criança foi para a casa da família para ajudar no socorro.
“Quando minha mãe e eu chegamos lá, ela [a bebê] estava acordada ainda, com um lado do rosto inchado. Foi quando eu peguei ela no braço e perguntei: 'Meu amor, o que aconteceu com você?' O padrasto sempre repetia que ela tinha caído da cama”, contou a babá, em prantos.
A criança foi socorrida para Hospital Helena Moura, na Tamarineira, Zona Norte do Recife, e depois, transferida para o HR.
“Quando chegamos lá, as médicas fizeram pressão e perguntaram o que tinha acontecido. Ele [o padrasto] me disse que ela tinha caído da cama. Eu perguntei: 'Como assim? Você não me falou isso, em momento nenhum'. Ele disse que não tinha falado para não me preocupar”, complementou a mãe.
“Ele permanece dizendo que foi uma queda. Eu não sei se, verdadeiramente, foi isso que aconteceu, porque o meu outro filho não soube explicar. Ele estava na sala. Só disse que escutou um barulho na cama”, revelou a mãe.
Suspeito seria ciumento
Ainda de acordo com a mãe, o padrasto da menina teve ciúme, nos últimos dias, porque ela estava organizando uma visita da bebê ao pai, que está preso no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, por crimes de roubo e posse ilegal de arma de fogo.
“Ele é muito frio, mas, pela convivência, eu achava normal. Eu não deixava ele pegar ela e nem dar banho ou trocar fralda. Ela o estranhava muito, porque ele tirava brincadeiras com ela para assustá-la, o que eu sempre fui contra”, expõe.
Brincadeiras inadequadas com a esposa e a vontade de separação
A mãe da criança revelou ainda que já planejava se separar do atual marido, pelo fato de ele apresentar comportamentos de ciúmes e tirar brincadeiras que ela considera inadequadas.
“Em alguns momentos, ele dava um tapa na minha bunda, puxava os meus cabelos, quando eu estava de costas. Eu dizia para ele parar e dizia que não estava gostando. Já briguei muitas vezes com ele por causa disso”, salientou.
O casal prestou depoimento, ainda na madrugada desta sexta (2), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Cordeiro, Zona Oeste do Recife.
A mãe da criança foi para o hospital e não sabe onde se encontra o suspeito. A mulher acredita que ele se encontra na casa da mãe dele ou de outros familiares.
“Quando estávamos na delegacia, eu pedi para ele ir embora e o bloqueei no WhatsApp.
Por meio de nota, a PCPE informou que "instaurou inquérito policial e iniciou as diligências para apurar a ocorrência de lesão corporal" e que "maiores informações poderão ser repassadas após a completa elucidação dos fatos". As investigações estão em andamento.
O que diz o Hospital da Restauração?
A Assessoria de Comunicação do HR afirmou que não repassará informações à imprensa, por se tratar de um caso com vítima vulnerável.