Bebês gigantes: saiba como os casos de macrossomia ocorrem e quais são os riscos gestacionais
Fazer o pré-natal, por exemplo, é uma forma para detectar possíveis patologias na criança
No início deste mês, no Arizona, Estados Unidos, um bebê nasceu com tamanho e peso que chamaram atenção dos médicos, e logo o caso ganhou as redes sociais, viralizando até mesmo aqui no Brasil. Com 6,3 kg e 60 centímetros, Finnley foi o maior bebê que o seu médico já realizou o parto em 27 anos de profissão.
Mas o que faz com que um bebê nasça com tamanho e peso tão fora do esperado? O caso tem nome e origem.
A macrossomia fetal -casos de bebês muito grandes- pode ser detectada nos exames de pré-natal. Segundo o médico obstetra do Hospital das Clínicas e do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), Thiago Saraiva, normalmente, o bebê nasce com cerca de 3 kg até 3,5 kg. O tamanho varia entre 48 cm e 52 cm.
Para Saraiva, uma das causas para o nascimento de um bebezão pode ser a diabetes gestacional ou quando os pais são grandes fisicamente e já têm o potencial genético no DNA.
Leia também
• Bebê nasce com 60 centímetros e 6,3 kg e vira celebridade
• Pandemia teve impactos diretos para bebês e crianças, diz estudo
• Bebê do disco do Nirvana exige a retirada de sua foto de futuros lançamentos
"Quando o bebê nasce grande assim, pode ter distúrbios metabólicos como a hipoglicemia [queda no nível de açúcar no sangue]. Como o feto recebe muito açúcar no útero, o pâncreas passa a produzir muita insulina. Quando nasce, o pâncreas continua produzindo muita insulina e tem hipoglicemia", explica o médico.
Para a mãe de uma criança macrossômica, há riscos de hemorragias e intercorrências. Além disso, ela pode precisar fazer cesárea por conta do tamanho do bebê e há os riscos inerentes da cirurgia.
Outro aspecto é que o bebê e/ou a mãe podem desenvolver tocotraumatismo, que são lesões decorrentes do parto. "O mais comum é aquele 'calinho na cabeça do bebê', no parto. Na mãe, pode ocasionar lesões na musculatura do períneo que chamamos de lacerações", aponta Saraiva.
Por outro lado, quando a mãe desenvolve diabetes gestacional, é muito provável que, no futuro, ela tenha diabetes, conta o obstetra.
Além disso, o médico ainda ressalta a importância do pré-natal. "Se a mãe tiver diabetes gestacional, pode ter que parir mais cedo. Na própria ultrassom e medição da barriga, já é possível detectar se será um bebê macrossômico", conclui.