Polícia Federal vai investigar eventuais crimes internacionais cometidos por bets, diz diretor-geral
Diretor-geral afirmou que a PF não vai pedir para federalizar o caso, a não ser que o Judiciário entenda que é atribuição da instituição
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse, nesta segunda-feira (30), que a corporação vai investigar possíveis crimes internacionais que possam ter sido cometidos por empresas de apostas.
O assunto ganhou destaque nos últimos dias após investigação da Polícia Civil de Pernambuco que atingiu o cantor Gusttavo Lima e a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra.
Ao Globo, o diretor-geral afirmou que a PF não vai pedir para federalizar o caso, a não ser que o Judiciário entenda que é atribuição da instituição.
— Vamos investigar eventuais ações internacionais que possam ser crime, cometido pelas bets, em geral — disse.
Na semana passada, a Justiça de Pernambuco determinou a prisão de Gusttavo Lima por envolvendo em uma organização criminosa que atua com jogos ilegais e lavagem de dinheiro. No dia seguinte, um desembargador revogou a ordem de prisão.
Conforme apuração da Polícia Civil, uma das empresas do cantor recebeu R$ 5,9 milhões de duas firmas investigadas no inquérito. Do valor, R$ 1,3 milhão foi transferido da empresa do cantor direto para ele, cujo nome é Nivaldo Batista Lima.
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Deolane, que estava presa desde o dia 4 de setembro, deixou a prisão na terça-feira da semana passada. A advogada foi presa em uma das fases da Operação "Integration", que busca desarticular uma organização voltada à prática de jogos ilegais.
As investigações apontam que a quadrilha usava "várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio, seguros e outras companhias para lavar dinheiro", por meio de depósitos e transações bancárias. No inquérito, a Polícia Civil aponta para a existência de um esquema de lavagem de dinheiro de um site de aposta cujos valores chegavam à cona de Deolane, "embaixadora" da empresa.