Bibas: vídeos mostram momento em que mãe, criança e bebê foram sequestrados em Israel em 2023; veja
Imagens correram o mundo em meio à luta pela soltura dos cativos
Vídeos compartilhados pelas autoridades israelenses e por entidades que militam pela libertação dos reféns do Hamas mostram o momento em que a família Bibas foi sequestrada em 7 de outubro de 2023, durante o ataque dos terroristas no Sul de Israel.
O grupo extremista entregou nesta quinta-feira os corpos de quatro israelenses levados para Gaza, na ocasião, e afirma que entre eles estão Shiri, Kfir e Ariel Bibas, mãe e dois filhos que viraram símbolo da luta pela soltura dos cativos.
Israel has confirmed that Shiri Bibas and her boys, Ariel and baby Kfir,
— Daniel Cohen (@DanielCohenTV) February 19, 2025
were murdered in Hamas captivity. Their bodies will be returned from Gaza Thursday in an exchange for convicted criminals from Israeli prisons.
I visited kibbutz Nir Oz and visited what’s left of the Bibas… pic.twitter.com/Nuy6rDQgDb
Os quatro cidadãos israelenses foram capturados no kibutz Nir Oz, no sul de Israel, durante o atentado lançado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. As imagens de Shiri abraçada aos dois filhos, enrolada em um pano, enquanto era conduzida por terroristas armados, correram o mundo, oferecendo um vislumbre do drama dos civis durante o ataque (veja abaixo).
Câmeras de segurança de Israel registraram o momento em que a mãe leva o filho de 4 anos e seu bebê de 9 meses no colo, cobertos por um lençol, por ruas do Leste de Khan Yunis. As imagens foram compartilhadas pelas forças israelenses no X.
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Embora seja a primeira vez que o Hamas devolve corpos de reféns a Israel como parte do acordo de cessar-fogo, o grupo repetiu o gestual das cerimônias coreografadas de entrega de prisioneiros vivos.
Homens fardados se posicionaram em um palco em Khan Younis, que em vez de reféns, desta vez recebeu caixões fechados. Uma equipe de cinegrafistas, também fardada, filmou tudo.
Cada um dos caixões pretos continha uma pequena foto dos mortos, enquanto, ao fundo do palco, uma imagem retratando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como um vampiro, denunciava que os reféns haviam sido mortos em ataques israelenses. Réplicas de projéteis de fabricação americana foram colocadas no palco.
"O criminoso de guerra Netanyahu e seu exército nazista mataram-nos com mísseis disparados de aviões sionistas", dizia uma frase no mural montado pelo grupo armado.
O Hamas anunciou no final de novembro que Shiri, Kfir e Ariel haviam morrido durante um ataque israelense em Gaza, em novembro, que atingiu o cativeiro em que estavam. A informação, porém, nunca foi confirmada pelo Exército israelense, o que fez com que muitas pessoas no país mantivessem a esperança de que as crianças e a mãe voltariam para casa em segurança. Yarden Bibas, pai dos meninos e marido de Shiri, que também foi sequestrado, foi libertado em 1º de fevereiro.
Um membro do Hamas, com o rosto envolto em um lenço keffiyeh vermelho e branco, sentou-se no palco para preencher documentos com um oficial da Cruz Vermelha antes que os caixões fossem carregados em veículos da organização.
Mais tarde, as Forças Armadas de Israel confirmaram que receberam os caixões, e que eles seriam levados ao Instituto Nacional de Medicina Forense para passar por um processo de identificação.
O Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos, organização civil que representa a maioria dos parentes de pessoas sequestradas, marcou uma cerimônia em Tel Aviv para homenagear Oded e a família Bibas.
"Juntos, carregaremos a dor e a memória, e declararemos em voz clara: O tempo acabou para os reféns que ficaram para trás! Eles devem ser devolvidos imediatamente — os vivos para reabilitação, e os caídos para um enterro adequado", anunciou a organização.
Quem eram os reféns?
A família Bibas tinha dupla nacionalidade, israelense e argentina. A mãe e os meninos viviam com o pai e marino Yarden, no kibbutz Nir Oz. Todos eles foram sequestrados no dia do atentado. Kfir era o mais novo entre os reféns capturados pelo Hamas, tendo sido levado para Gaza quando tinha apenas 10 meses de vida. O irmão, Ariel, tinha quatro anos, e também era um dos reféns mais novos.
Oded Lifshitz, de 84 anos, também morava em Nir Oz, comunidade que ajudou a fundar, e era voluntário em uma iniciativa que ajudava a transportar cidadãos palestinos de Gaza para receber tratamento médico em Israel.
A casa de Oded foi invadida e incendiada. Ele e sua esposa, Yocheved, foram sequestrados — ela retornou com vida em uma troca de reféns anterior. O GLOBO esteve na casa da família Lifshitz quando a guerra em Gaza estava prestes a completar seis meses. Entre os escombros, era possível distinguir o vidro derretido das janelas da casa, após o incêndio, e os vestígios de um piano, que se transformou em apenas um arremedo de arame retorcido.
O Hamas afirmou que está pronto para trocar todos os reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza, de uma só vez, por prisioneiros palestinos durante a segunda fase da trégua. A medida visa alcançar um “cessar-fogo permanente”, além da retirada total das forças israelenses do território palestino, amplamente destruído pela guerra. Na quarta-feira, um líder do grupo disse já ter feito a proposta aos mediadores.